Depois de enfrentar uma safra ruim em 2020, com produção abaixo do esperado, os produtores comemoram a colheita do pinhão deste ano. A explicação para a boa safra está nas condições climáticas, favoráveis no período de desenvolvimento do pinhão, e a alternância de produção característica da espécie. Normalmente, são três anos de safra boa e dois de ruim.
No Rio Grande do Sul, a média histórica de produção é de 900 toneladas por safra. No entanto, um levantamento realizado pela Emater junto aos escritórios municipais, a partir de consulta feita com os agricultores extrativistas, mostra que em 2021 a safra será maior entre 30% e 100%, em relação ao ano anterior.
Em Santa Catarina, as expectativas também são boas, com safra superior a 2020 entre 30% e 60%. Por aqui, São Francisco de Paula é o maior produtor de pinhão, com estimativa de colheita de aproximadamente 120 toneladas.
Uma das famílias que está satisfeita com boa safra que se anuncia é a dos agricultores Marlei Teresinha Zambeli, 55 anos, e José Paim, 77, do Recanto das Araucárias, em São Chico. "Tem bastante quantidade de pinhas por pinheiro, de 40 a 50. Mas também tem árvore com mais de 100 pinhas", conta Marlei. Além disso, a agricultura destaca que, ao contrário do ano passado, quando a maioria das pinhas estavam bichadas, agora estão com aspecto saudável e bem desenvolvidas.
A família têm recebido entre seis e oito reais pelo quilo de pinhão. A semente é vendida in natura, mas também processada na agroindústria como farinha de pinhão. Os produtores já chegaram a coletar seis toneladas de pinhão durante um ano. Eles ainda possuem gado de leite, o que ajuda a manter a renda durante o ano.
A colheita é manual e se concentra no período que vai de abril a junho, podendo haver alguma oferta até meados de setembro, proveniente das variedades tardias.
Conforme a chefe do Escritório municipal da Emater em São Francisco de Paula, Sandra de Moraes Silva, a farinha de pinhão é vendida na feira do produtor do município ou então armazenada. "Depois é processado na forma de bolo, conservas e farinha durante o resto do ano", comenta.
No ano passado, a quebra da safra foi de 20% a 60% em relação à safra passada.
Segundo a engenheira florestal da Emater Adelaide Juvena Kegler Ramos, nas regiões produtoras o pinhão é um produto importante na formação da renda ou mesmo no sustento nas unidades de produção familiares que trabalham com o extrativismo da semente.
De acordo com ela, como a safra está iniciando, a comercialização ainda está bem discreta e a estimativa de preços apresenta bastante oscilação, partindo de R$ 3,50 o quilo na venda realizada intermediários e atravessadores, até 12 reais, em supermercados.
No Rio Grande do Sul, a colheita está autorizada desde o dia 15 de abril, conforme determinada uma portaria do Ibama.
A lei foi criada para permitir a plena maturação das pinhas e a sua debulha natural. Isso protege a reprodução e garante a alimentação da fauna.
O extrativismo de sementes de pinhão envolve cerca de 150 famílias da agricultura familiar. Além de maior volume, as pinhas e pinhões também apresentam boa qualidade, com aspecto saudável na safra deste ano.
Ingredientes
1kg pinhão cozido e partido ao meio
1kg filé peito de frango
1kg lombo de porco sem osso
1kg coxão de dentro
1kg linguiça (de sua preferência)
½ pimentão verde
½ pimentão amarelo
½ pimentão vermelho
Óleo, azeite ou banha para refogar
1 cebola grande
3 dentes de alho grandes
Sal a gosto
Tempero verde a gosto
Modo de preparo
1º- Corte todas as carnes em cubinhos uniformes e a linguiça (sem pele) em rodelas;
2º- Tempere as carnes, com sal e condimentos, e comece refogando o coxão de dentro. Em seguida, vá adicionando todas as carnes aos poucos;
3º- Corte os pimentões, a cebola, o alho e o tempero verde grosseiramente;
4º- Quando a carne estiver soltando o suco, adicione o pinhão para cozinhar e incorporar o sabor das carnes no pinhão. Deixe o suco evaporar;
5º- Após, adicione os pimentões, a cebola e o alho por cima da carne, sem misturá-los. Deixe no fogo por mais 10 minutos;
6º- Desligue o fogo e adicione o tempero verde a gosto;
7º- Sirva o entrevero com o acompanhamento que preferir.
Tempo de preparo: 1h30 a 2 horas
Fonte: Emater