Duas das cinco escolas estaduais de Portão foram fechadas, nesta quinta-feira (6), devido à confirmação de casos de Covid-19 entre seus funcionários. Na Escola Estadual de Ensino Fundamental Pedro Schüller, um professor testou positivo para o novo coronavírus. Já na E.E.E.M 9 de Outubro, uma merendeira e uma vice-diretora foram contaminadas pela doença. Para reivindicar a vacinação e a testagem dos trabalhadores da Educação do Estado, integrantes do 14º núcleo do Cpers Sindicato protestaram em frente à sede da 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), em São Leopoldo, na tarde desta quinta-feira.
Ainda na noite de quarta-feira (5), a diretora da E.E.E.M Pedro Schüller, Jurandara Coletti, foi comunicada sobre o resultado positivo do teste para a Covid-19 do professor contaminado. Na manhã de ontem, ela comunicou a 2ª CRE, que determinou o fechamento da escola para uma sanitização, que deve ocorrer na manhã desta sexta-feira (7). As aulas no local devem permanecer suspensas por cinco dias. “Esse é o período do protocolo do Estado. Se dentro desse prazo surgir mais algum caso, a escola pode ser fechada por mais 14 dias”, explica a diretora.
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Jurandara explica que a escola retomou as atividades presenciais na segunda-feira, mas que apenas três famílias autorizaram os filhos a retornarem às aulas. Apesar da suspensão das atividades presenciais, após a sanitização, a diretora e demais trabalhadores do setor administrativo da Pedro Schüller devem retomar o plantão presencial para atendimento da comunidade, durante a tarde de hoje. As aulas presenciais devem retornar na próxima terça-feira (11).
O colégio conta com 140 alunos matriculados, do segundo ao quinto ano do Ensino Fundamental. Com a retomada gradual, a meta era iniciar as aulas dos quintos anos na próxima semana. “Estamos correndo um risco muito grande. Me sinto muito responsável enquanto diretora de chamar estas pessoas indiscriminadamente. Uma morte não é apenas um número, uma estatística, é uma pessoa. Imagina um gestor ter uma morte nas suas mãos. É algo que eu não quero de jeito nenhum. Temos que lutar pela vacina”, pontua a diretora.
Os sindicalistas foram recebidos pela coordenadora da 2ª CRE, Ileane Bravo, e pelo o coordenador pedagógico, Elson Selch. Entre os questionamentos apresentados, os professores destacaram que algumas escolas, como o Instituto Estadual de Educação Professor Pedro Schneider (o colégio Pedrinho), teriam ventilação insuficiente nas salas de aula.
“Há uma insegurança entre os professores, embora seja público que a categoria queira voltar às salas de aula, tanto que negaram a proposta de greve na assembleia desta segunda-feira. O Pedrinho tem corredor que não tem janelas. A nossa preocupação é com a segurança dos professores e de toda a comunidade escolar.”
A coordenadora da 2ª CRE comenta que as escolas foram orientadas a retomarem as atividades presenciais com número reduzido de estudantes. “Nossa orientação para as escolas é de que não comecem com muitas turmas, com poucos alunos. Se alguma sala não tiver boa ventilação, ela não deve ser utilizada”, destaca. Ela explica que existe um cronograma da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), mas reitera que a CRE deu a flexibilidade para que os diretores organizem o retorno de acordo com a realidade de cada escola. “O que estou pedindo a todos os diretores é bom senso. Não tem a necessidade de encher as nossas escolas de alunos. Continuamos tendo nossas aulas remotas. Podemos seguir com calma, que é o melhor que nós podemos fazer.”, ressalta a coordenadora.
Ao final do encontro o Cpers entregou o ofício solicitando a testagem dos professores à coordenadora, que comprometeu-se em encaminhá-lo ao governo do Estado. O sindicato destaca que permanecerá fiscalizando o processo de retomada das aulas nas escolas.
O prefeito de Portão, Kiko Hoff, afirma que acionará a Procuradoria Geral do Estado (PGE) para questionar sobre a permissão para que municípios como Esteio e São Leopoldo iniciem a vacinação de professores, em desacordo ao que é previsto pelo Plano Nacional de Vacinação (PNI). "Ou o Estado pune os municípios que não estão obedecendo a sequência do PNI, ou libera para todos vacinarem. Se o Estado nos autorizar, já podemos começar a vacinação dos professores na segunda-feira", destaca.
Durante reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), com representação do Estado e dos municípios, realizada na tarde de ontem, a secretária da Saúde, Arita Bergmann, reforçou que os gestores municipais não devem guardar vacinas da Coronavac em estoque, e utilizem tudo que possuem para a aplicação da segunda dose em quem recebeu a primeira há 28 dias ou mais. Também ressaltou que os municípios não devem, por conta própria, desobedecer a fila de grupos prioritários definida pelo Ministério da Saúde, passando outras pessoas à frente. “Todos merecem vacina, ninguém é mais importante que os outros, mas precisamos, juntos, priorizar a vacinação de quem está mais exposto à complicações, internações e óbitos”, defendeu.