Uma espécie de central de tele-entrega de drogas no bairro Scharlau, em São Leopoldo, era também responsável por negociação de dinheiro falso no Vale do Sinos. A descoberta foi feita pela Brigada Militar na noite de terça-feira (25). O chefe do esquema, de 28 anos, e a mulher, de 27, foram presos. Os nomes não são informados por causa da Lei de Abuso de Autoridade. A investigação ficou com a Polícia Federal.
Segundo a subcomandante do 25º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de São Leopoldo, capitã Bibiana Menezes, a suspeita surgiu após abordagens na área. Brigadianos em motos identificaram o possível local de onde saíam as encomendas, por volta das 18h30, na Rua Guaporé. Era uma residência. O casal de moradores tentou fugir. “Esse já era conhecido nosso, pelos antecedentes por tráfico, assim como a companheira”, observa a capitã.
Na propriedade, os policiais encontraram R$ 19.595,00 falsos, especialmente cédulas de 100 e 200, 594 reais autênticos e cinco dólares. Também foi apreendida uma variedade de droga para entrega – 5,86 quilos de maconha, 507 gramas de Skank, 130 gramas e mais 22 pinos com cocaína, 112 selos de LSD, 84 cápsulas de key, quatro comprimidos de ecstasy e dois frascos de lança-perfume, além de três frascos de cetamin, usado no preparo do key. Havia ainda seringas e duas balanças de precisão.
De acordo com a capitã, foi apurado que o casal operaria um brique de dinheiro com cálculo pronto. “Entregavam mil de notas falsas por 250 de cédulas quentes.” A olho nu, segundo ela, a impressão parece ser de boa qualidade. “A perícia irá analisar, mas é dinheiro que passa fácil a quem não tem familiaridade com as adulterações ou recebe de forma mais desatenta.”
Pela estrutura verificada e quantidade apreendida, Bibiana acredita que a distribuição tinha longo alcance. “De onde se pedia na região, eles entregavam. No Vale do Sinos inteiro com certeza.” A PF, que recebeu o casal para a prisão em flagrante, vai tentar descobrir onde fica a gráfica.
O alcance regional também foi observado na droga. “A gente sabe de esquema de motos. Era uma tele-tudo. De dinheiro a entorpecentes. Só de cocaína, havia três tipos ali.” Os pedidos de droga eram feitos por WhatsApp. Os três celulares apreendidos serão úteis à investigação.
Com os presos, os brigadianos apreenderam um automóvel Virtus. “É de locadora, que estava com devolução atrasada. Eles agem assim. Alugam para usar no crime. Às vezes devolvem, outras não”, conta a capitã.