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Notícias | Região Trânsito

Após concessão, pedágios nas RSs custarão de R$ 5 a R$ 10

Na região, a taxa mínima mais baixa será de R$ 5,28 na RS-239 e a mais elevada na 122, em Bom Princípio

Por Jean Peixoto*
Publicado em: 18.06.2021 às 03:00 Última atualização: 18.06.2021 às 12:38

O governador Eduardo Leite finalmente divulgou os valores previstos para as 22 praças de pedágio das rodovias estaduais que serão concedidas à iniciativa privada. Em coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem, Leite apresentou o projeto que prevê tarifas que variam entre R$ 5 e R$ 10, com descontos por número de travessias, em substituição às isenções oferecidas hoje pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), como o ABC já havia noticiado anteriormente.

O valor definitivo cobrado em cada praça será definido somente após o leilão dos 1.131 quilômetros de rodovias concedidas, mas os estudos técnicos realizados pelo governo em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) forneceram insumos para o cálculo de valores mínimos e máximos das taxas conforme o perfil do trecho da rodovia onde cada praça de pedágio está inserida.

Divididas em três lotes para o leilão, as rodovias terão valores fixos e variáveis que serão cobrados em cada praça. Nas rodovias do bloco 1 (RSs 118, 239, 020, 040, 115, 235, 466 e 474) a parcela fixa será de R$ 4. No bloco 2 (Rss 128, 129, 130, 324, 453, 135 e BR-470) e no bloco 3 (RSs 240, 122, 287, 446, RSC-453 e BR-470) a taxa fixa será de R$ 3. A estes valores, será acrescida uma parcela variável, correspondente ao TCP (Trecho de Cobertura de Praça de Pedágio) de cada praça e proporcional à extensão de via simples, duplicada ou triplicada.Mapa pedágios valores

Na RS-118, por exemplo, que terá uma praça localizada nas imediações do quilômetro 22,6, em Gravataí, o TCP utilizado para o cálculo é de 38,23 quilômetros concedidos. A tarifa mínima calculada é de R$ 5,54 podendo chegar ao valor máximo de R$ 7,39 por travessia.

Na região, a taxa mínima mais baixa será de R$ 5,28 na RS-239, em Parobé, que substituirá a praça de Campo Bom, podendo chegar a R$ 7,05. Já a taxa máxima mais elevada será na RS-122, em Bom Princípio, que substitui a praça de Portão, com valor de R$ 9,43, que inicia em R$ 7,07. No Estado, o valor mais elevado apresentado pelo estudo está na praça da RS-135, no município de Coxilha, na região Sul, com taxa mínima de R$ 7,47 e podendo chegar a R$ 9,97.

A presidente da Associação Comercial Industrial de Serviços de Gravataí (Acigra), Ana Cristina Pastro Pereira, que vem capitaneando o Movimento RS-118 Sem Pedágio, manifesta a insatisfação da classe empresarial com a nova praça. "O Movimento exige que a recém duplicada RS-118, obra esperada há mais de 20 anos e que consumiu investimentos públicos da ordem de R$ 400 milhões, não seja concedida à iniciativa privada e pedagiada."

Consulta pública começa hoje

A comunidade pode opinar sobre o projeto de concessão a partir de hoje. O Estado receberá sugestões por meio de consultas públicas realizadas de forma on-line. Para participar, os interessados devem preencher um formulário de contribuições, que está disponível no site www.parcerias.rs.gov.br/rodovias. Após preenchido, o formulário deve ser encaminhado para o e-mail consultarodovias@spgg.rs.gov.br, com destaque no campo "assunto" a qual o bloco (1, 2 ou 3) referem-se os apontamentos. As contribuições podem ser enviadas até o dia 18 de julho e os e-mails devem ser respondidos pelo corpo técnico do Estado. As datas das audiências públicas ainda não foram definidas.

Já foi notícia

Os jornais do Grupo Sinos têm acompanhado o projeto de concessão das rodovias estaduais. No ABC do dia 12 de junho, o novo mapa de pedágios do Estado foi manchete. E o ABC de 22 de maio tratou dos investimentos nas RSs.

Prefeituras reagem a novas praças

Prefeituras de municípios atingidos pela instalação de praças de pedágio relatam falta de informações sobre as intenções do Palácio Piratini.

Na RS-122, duas alternativas de local são ventiladas pelo Estado e poderiam receber a praça que hoje fica na RS-240, em Portão: uma no quilômetro 22, em Bom Princípio, e outra no quilômetro 11, em São Sebastião do Caí.

Os prefeitos de Bom Princípio, Fábio Persch (PSDB), e de São Sebastião do Caí, Júlio Campani (PSDB), contrários à proposta, se reuniram ontem em Porto Alegre com integrantes do governo gaúcho e o prefeito de Portão e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Caí (Amvarc), Kiko Hoff (PDT), para avaliarem outras alternativas de locais. "Até o momento os prefeitos não foram notificados oficialmente, sabendo das informações através da imprensa. Manifestamos nossa contrariedade quanto à instalação de praça de pedágio nestes municípios e aguardamos, ainda, definição do Estado quanto a isso. A decisão ainda não está tomada", afirmou Persch. "Nós firmamos posição em relação à contrariedade da instalação do pedágio na nossa região. E houve uma promessa que esse estudo será refeito", completou Campani.

Conforme os gestores, um novo encontro deve ocorrer até o fim deste mês com os prefeitos da Amvarc e representantes do governo gaúcho no câmpus da Universidade de Caxias do Sul (UCS), em São Sebastião do Caí.

O prefeito de Parobé e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Paranhana (Ampara), Diego Picucha (PDT), afirma que já está em busca de uma agenda junto ao governo do Estado e com o Daer atrás de mais informações sobre a proposta de mudança da praça de pedágio na RS-239. "A princípio, somos contra qualquer ação que venha onerar ainda mais o cidadão de Parobé e das cidades da nossa região. Até o momento, não fomos informados formalmente sobre detalhes dessa mudança, apenas pelos meios de comunicação. Precisamos entender como funcionaria esse processo, quais os impactos econômicos e sociais que teria em nossa região e se, de alguma forma, ela poderia ser revertida em benefícios para nossa comunidade", destaca Picucha.

Colaborou Joceline Silveira

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