A construção da rótula junto do acesso ao quartel do Corpo de Bombeiros de Taquara, na RS-115, foi parar no Ministério Público. A Associação Taquarense dos Amigos Ciclistas (Atac) questiona como a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) fez a interseção sem prever espaço para a circulação de pedestres e de ciclistas.
A notícia foi acolhida pela promotora Ximena Cardozo Ferreira, que determinou até dia 26 de maio para que o órgão se manifestasse. Como a EGR não respondeu, o prazo foi estendido até amanhã.
A obra, localizada no quilômetro 3,5, somou um investimento de R$ 1,1 milhão e melhorou o deslocamento dos bombeiros, dando mais agilidade ao trabalho de salvamento, tanto na saída como na chegada do quartel.
No entanto, o vice-presidente da Atac, Amarildo Pereira da Rosa, argumenta que a rótula foi planejada sem acostamento e sem passeio público para pedestres.
"As pessoas que passam por ali acabam caminhando dentro da pista de rolagem. Também não há espaço para os ciclistas", diz.
A Atac procurou a Promotoria em abril, quando as obras ainda estavam em andamento. No 14 de maio Ximena pediu informações à EGR e determinou uma vistoria no local.
Contraponto
Em seu site, a EGR publicou nota dizendo que a interseção tem como objetivo orientar, organizar e principalmente atender às necessidades de segurança viária, além das demandas locais, proporcionando melhor fluidez do tráfego.
Ontem, a EGR informou, através de nota, que independentemente da alteração realizada na interseção do Corpo de Bombeiros, a rodovia nunca teve ciclovia implantada na RS-115 e tampouco naquele local.
"Contudo, a EGR salienta que na interseção recém entregue há duas faixas de pedestres que dão acesso à frente do corpo de bombeiros, onde existe local acessível para o tráfego de pedestres", menciona o comunicado.
"Queremos garantir a melhor circulação de motoristas pelo trecho. Com a conclusão da rótula, evitaremos acidentes e preservaremos vidas", declarou o Secretário de Logística e Transporte do Estado, Juvir Costella.
No lado oposto do acesso ao quartel, ainda estão previstas faixas adicionais de aceleração e desaceleração para acesso à rua lateral, que dá acesso à indústrias.
Essa não é a primeira vez que a Atac aciona o Ministério Público contra a EGR. O outro questionamento diz respeito às obras da RS-239, entre a RS-020 e o Arroio Tucanos, que não teriam reservado espaço para a construção de uma ciclovia.
A Associação é uma das parceiras do poder público para o estímulo da prática de ciclismo no município e na região do Vale do Paranhana, em especial, no fomento ao turismo.
Em maio, as prefeituras de Taquara, Igrejinha e São Francisco de Paula anunciaram que pretendem organizar um circuito de cicloturismo.