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Notícias | Região Entenda o que muda

Bares, restaurantes e academias têm menos restrições, mas flexibilização depende de decreto

Novas regras para o Vale do Sinos permitem portas abertas até a meia-noite. Festas e academias também têm alterações; para entrar em vigor, municípios precisam publicar novos decretos

Por Matheus Chaparini
Publicado em: 19.07.2021 às 06:00 Última atualização: 19.07.2021 às 06:55

Diante do avanço na vacinação e de uma melhora nos indicadores da pandemia, os municípios do Vale do Sinos reduzem as restrições de funcionamento dos estabelecimentos comerciais. Bares, pubs e restaurantes ganham uma hora a mais, podendo ficar de portas abertas até a meia-noite, inclusive com música ao vivo.

Eventos e festas, que podiam ter no máximo cem pessoas, tiveram o teto ampliado para 120, desde que respeitado o espaço de quatro metros quadrados por pessoa, que antes era de 16 metros quadrados.

As academias também tiveram o espaço por pessoa reduzido de dezesseis para quatro metros quadrados, de acordo com o PPCI.

Restaurantes poderão ficar abertos até meia-noite Foto: Inézio Machado/GES-Arquivo

As mudanças foram aprovadas pelos prefeitos da Associação dos Municípios do Vale do Rio do Sinos (Amvars) em reunião no dia 9 de julho. Para entrar em vigor, é preciso que cada município faça seu decreto.

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"São algumas alterações específicas, não são grandes mudanças", define o presidente da Amvars e prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi. Ele afirma que a flexibilização é possível pela melhora nos indicadores da pandemia e pelo avanço da vacinação.

"Se pegarmos os dados do Estado, a região metropolitana é a que tem a menor taxa de ocupação das UTIs Covid. Tem havido essa redução, o que permite, sob os mesmos cuidados, que se procure viabilizar algumas reivindicações dos estabelecimentos."

Em relação ao horário de fechamento para bares, restaurantes e pubs, não há previsão de um período de tolerância para que os clientes deixem os estabelecimentos.

A entidade disponibilizou aos municípios um modelo de decreto. De acordo com Orsi, a maior parte das prefeituras já aderiu às alterações. Em Novo Hamburgo, as novas regras estão valendo desde a última sexta-feira (16), quando foi publicado o decreto municipal.

"Respiro" aos eventos

Para o setor de eventos, a flexibilização representa um "respiro". No entanto, os empresários ainda esperam pela retirada total das restrições.

"É lógico que estamos esperando liberação para poder retomar 100% dessa nossa parada de 14 meses, mas já é alguma coisa", afirma Serafim Marques de Souza Neto, empresário de Novo Hamburgo e representante da União das Casas de Festas e Eventos (UCFE).

Na avaliação do empresário, o ramo que ainda sofre o maior impacto é o dos eventos sociais. "Quem quer fazer festa de 15 anos ou formatura sem música, sem dança?", questiona.

Além das restrições, Neto percebe que ainda há um certo receio por parte dos clientes em fazer eventos de maior porte.

Liberdade de horário

No setor de bares e restaurantes, a medida tem avaliação positiva, mas é considerada insuficiente para pubs e casas noturnas. Proprietário de uma pastelaria no Centro de Novo Hamburgo, que utiliza música ao vivo, Wilson Paiva afirma que a liberdade de horário é importante. No entanto, ele defende que a limitação em relação ao espaço seja definida pela distância entre as mesas e não pela capacidade do PPCI.

"A música ao vivo é fundamental, é atrativo para um público. Mas, no momento em que libera a música e não aumenta a capacidade também, é uma contramão."

No seu caso, ele afirma que o ganho de uma hora não tem grande impacto no faturamento, mas dá um fôlego a mais para a cozinha.

Liberação de grandes eventos solicitada

O avanço da campanha de vacinação e melhora nos índices de hospitalização pela doença também estimulam os municípios a pensar em outras possibilidades de flexibilizações. Um dos pedidos que entrou em pauta nos últimos dias foi o de liberação para grandes eventos já a partir desta semana, solicitação encaminhada ao governo estadual pela região de Porto Alegre. Nas principais cidades de cobertura do Jornal NH, o assunto começa a ser analisado, ainda que gestores ressaltem preocupação sanitária.

Integrantes das associações de municípios dos vales do Rio dos Sinos (Amvars), Rio Paranhana (Ampara), litoral norte (Amlinorte) e Encosta Superior do Nordeste (Amesne) afirmam que o tema começa a ser debatido a partir de agora. As próximas reuniões entre os prefeitos colocarão a questão dos eventos também em discussão.

Mas há lideranças destacando que o momento ainda pede cautela. "Apesar de estarmos progredindo na imunização da comunidade em nossa região e contarmos com um declínio nos índices de internação, o surgimento de novas variantes do coronavírus é preocupante e pode causar um novo pico de contaminação", afirma o presidente da Ampara e prefeito de Parobé, Diego Picucha.

O pedido enviado pela capital, que ainda envolve os municípios de Alvorada, Cachoeirinha, Glorinha, Gravataí e Viamão, foi apresentado na última quarta-feira. Contudo, o Gabinete de Crise do governo informa que o documento oficial só chegou na noite da última quinta. De acordo com a prefeitura de Porto Alegre, o objetivo era começar a liberar gradualmente eventos de grande porte a partir desta segunda-feira.

Pelo cronograma divulgado, até o final do mês seriam autorizados eventos com ocupação máxima de 50% do alvará ou do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) e limite de público de mil pessoas. O ingresso seria permitido somente para pessoas testadas e negativadas para Covid-19 e, em um segundo momento, para aquelas com esquema vacinal completo. Até setembro, a proposta é de possibilitar atividades com até 20 mil pessoas.Segundo o Estado, ainda não há previsão de deliberação sobre o pedido. O assunto deve ser discutido na próxima reunião do Gabinete de Crise, que ocorre sempre às quartas-feiras.

Liberação de grandes eventos ainda não foi discutida por outras regiões

A Amvars informa que ainda não tem reunião agendada, mas que a liberação de grandes eventos deve ser discutida ao longo da semana.

Já a Amlinorte comunica que permanece com os mesmos protocolos que já estão em vigor até o dia 31 deste mês, "quando posteriormente, se a situação permanecer estável, poderá ser autorizada a abertura de novas atividades, como eventos sociais em condomínios e movimentos campeiros de tiro de laço", detalha, em nota.

Pela Amserra, a informação é de que o assunto também deve ser debatido em breve, "com os representantes dos municípios e com o comitê técnico, tanto quanto aos protocolos gerais como aos referentes ao setor de eventos", aponta, em nota.

Especialista considera precipitado

Para o virologista e professor da Universidade Feevale Fernando Spilki, ainda é cedo para voltar as atenções ao debate sobre a liberação de grandes eventos. "Parece-me prematuro para o nível de cobertura vacinal atual", frisa. Além disso, a possibilidade de circulação de novas variantes e a confirmação de casos da Delta preocupa. "Pode ser mais um agravante. A situação inspira cuidados."

*Colaborou: Bianca Dilly

 

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