Em dez anos, primeiro semestre de 2021 tem o menor número de assassinatos na região

A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) divulgou recentemente o balanço dos indicadores criminais do primeiro semestre e comemorou um dado histórico. O Rio Grande do Sul teve o menor número de crimes contra a vida - homicídios, latrocínios e feminicídios - para o período desde o início do monitoramento dos dados, iniciado em 2012. A boa notícia também é realidade na região, que apresentou nos primeiros seis meses de 2021 a menor marca de assassinatos em dez anos.

O levantamento levou em conta as 44 cidades de circulação do Jornal NH dos Vales do Sinos, Caí e Paranhana, Serra e litoral norte.

Até o final de junho, 84 pessoas foram mortas de maneira violenta na região, sendo uma delas vítima de latrocínio (roubo seguido de morte). Antes disso, o menor índice havia sido registrado em 2018, quando 109 vidas foram perdidas por conta destes crimes. Ou seja, uma queda de quase 30%.

Mas quando se compara ao primeiro semestre mais violento no Estado, que aconteceu em 2017, a diminuição da violência é ainda mais visível. No primeiro semestre daquele ano, marcado pela disputa de território de facções ligadas ao tráfico de drogas, a região teve 222 mortes. Comparado com o primeiro semestre deste ano, a queda é de 62%.

Assassinatos voltam a crescer em Tramandaí

A partir de 2016, a violência crescente no litoral norte chamou atenção para os índices de Tramandaí, que passou a ocupar o terceiro lugar como cidade com mais mortes violentas na região. Em 2020, o município presenciou uma queda nos assassinatos em relação a 2019 de 71%, com quatro mortes no primeiro semestre. Já neste ano, até junho, foram oito casos registrados.

Queda nas mortes nas maiores cidades

Outro dado positivo é que desde 2018 a região tem menos que cinco latrocínios por semestre.

Novo Hamburgo e São Leopoldo, maiores municípios da região devido ao número de habitantes, são pontos estratégicos para criminosos e sempre estiveram no topo da lista de locais mais violentos. O reflexo dos índices também chegou às duas cidades que, desde 2018, registram juntas menos de 50 mortes violentas. Para se ter uma ideia, no primeiro semestre de 2017 as duas cidades chegaram a ter 112 crimes contra a vida, o que somou 50% de todas as ocorrências da região, 72 deles em São Leopoldo. No entanto, essa estatística já havia sido maior em 2014, com 120 assassinatos nos dois municípios. Diante dos 203 ocorridos na região, isso na época representou 59% dos casos.

Neste ano, Novo Hamburgo e São Leopoldo somaram 31 ocorrências deste tipo, redução de 74% quando comparado ao período mais crítico, vivido no primeiro semestre de 2014.

Municípios sem registro de homicídios

A cada semestre, há uma média de 20 municípios, a maioria deles com menos de 10 mil habitantes, que não registram nenhuma ocorrência de homicídio. Mas em cinco deles, há dez anos nenhuma vida foi tirada de maneira violenta. Desde 2012, Alto Feliz, Linha Nova, Presidente Lucena, São José do Hortêncio e Tupandi, todas no Vale do Caí e com menos de 5 mil habitantes. O levantamento levou em conta as estatísticas dos 12 meses de cada ano e não apenas o primeiro semestre.