Fábrica clandestina de cigarros no RS faturava R$ 50 milhões por mês
Estimativa é de que a produção mensal era de 10 milhões de maços; operação ocorre em Triunfo e Cachoeirinha
Uma fábrica clandestina de cigarros que faturava R$ 50 milhões com a produção mensal de 10 milhões de maços é alvo de operação da Polícia Federal (PF) e Receita Federal na manhã desta terça-feira (19).
A Operação Tavares desarticula a organização criminosa que atua em Triunfo e Cachoeirinha e apura, ainda, os crimes de trabalho escravo, contra o meio ambiente e corrupção de menores.
Na ação, são cumpridos 40 mandados de prisão e 56 mandados de busca e apreensão em 25 cidades nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, e executadas ordens judiciais para sequestro e arresto de 56 veículos, 13 imóveis e valores em contas vinculadas a 23 pessoas físicas e jurídicas, até o valor de 600 milhões de reais.
Na região, as prisões e buscas ocorrem nas seguintes cidades:
Canoas
Mandado de prisão preventiva - 5
Mandado de prisão temporária - 8
Busca e apreensão - 17
Gravataí
Mandado de prisão preventiva - 2
Mandado de prisão temporária - 0
Busca e apreensão - 2
Novo Hamburgo
Mandado de prisão preventiva - 1
Mandado de prisão temporária - 0
Busca e apreensão - 2
São Leopoldo
Mandado de prisão preventiva - 0
Mandado de prisão temporária - 0
Busca e apreensão - 2
Montenegro
Mandado de prisão preventiva - 0
Mandado de prisão temporária - 1
Busca e apreensão - 1
Sapiranga
Mandado de prisão preventiva - 0
Mandado de prisão temporária - 2
Busca e apreensão - 3
Portão
Mandado de prisão preventiva - 0
Mandado de prisão temporária - 1
Busca e apreensão - 1
Cachoeirinha
Mandado de prisão preventiva - 0
Mandado de prisão temporária - 0
Busca e apreensão - 3
Estância Velha
Mandado de prisão preventiva - 0
Mandado de prisão temporária - 0
Busca e apreensão - 1
Parobé
Mandado de prisão preventiva - 0
Mandado de prisão temporária - 0
Busca e apreensão - 1
Participam da ação, 250 policiais federais e 60 servidores da Receita Federal.
OPERAÇÃO DA PF
— Jornal NH (@jornalnh) October 19, 2021
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Os trabalhos contam com o apoio da Brigada Militar (BM) e tem acompanhamento do Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT) e por servidores do Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Investigação
A investigação iniciou em 2020 para apurar a prática de contrabando de cigarros na região metropolitana de Porto Alegre. Diligências realizadas identificaram a existência de uma organização criminosa estruturada para a produção clandestina de cigarros de marcas paraguaias em cidades do Rio Grande do Sul.
Há indícios de que a fabricação seria operada por trabalhadores supostamente cooptados no Paraguai e que seriam mantidos em condições análogas a de escravidão.
Parte dos cigarros produzidos abasteceria o mercado clandestino do Uruguai e pontos de venda no Rio Grande do Sul vinculados à facção criminosa do Estado.
Conforme projeção da Receita Federal, os impostos, se recolhidos, atingiriam 25 milhões de reais ao mês, somente em tributos federais (IPI, PIS e COFINS).
A operação foi denominada “Tavares” em alusão ao local onde foi identificado o primeiro depósito do grupo, no município da Cachoeirinha.