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Notícias | Região TRATAMENTO DA DIABETE

RS tem recebido menos insulina do que o necessário para a demanda dos municípios

Secretaria estadual confirma problemas no recebimento do medicamento

Por João Linden
Publicado em: 26.11.2021 às 03:00 Última atualização: 26.11.2021 às 10:44

A alteração na distribuição da insulina análoga de ação rápida por meio do governo federal tem causado apreensão entre pacientes que precisam do medicamento para o tratamento de diabete. Antes trimestrais, as entregas ao RS passaram a ser inconstantes.

Denison Molina
Denison Molina Foto: João Linden/GES-Especial
A mudança teria ocorrido em função de um novo fornecedor do medicamento que foi contratado pelo Ministério da Saúde a partir do segundo semestre. Procurado, o órgão não confirmou ou negou a informação. Tampouco justificou a diferença no método de entrega.

Já a secretaria de Saúde do Estado, responsável por repassar o medicamento aos municípios, confirmou a inconstância da distribuição. A situação teria se acentuado a partir de setembro.

"Os quantitativos entregues foram aquém da demanda no RS. Então foi feita uma distribuição equânime para que todos os pacientes tivessem acesso", informou nota da secretaria. A pasta ainda garantiu o acesso dos gaúchos ao medicamento somente até o final do mês.

"Pode até causar a morte"

Utilizada geralmente em pacientes com diabetes tipo 1, esta insulina age rapidamente no organismo reduzindo a glicose (açúcar) do sangue. Os pacientes costumam utilizar antes de refeições ou quando aparecem alterações no exame de HGT.

"É usada em pacientes que não têm nenhuma produção de insulina pelo pâncreas. Então essa insulina, associada às insulinas de ação prolongada, fazem o papel do pâncreas. Ou pacientes do tipo 2 que tenham falhas do pâncreas", explicou a endocrinologista Bruna Nogueira Würdig.

A endocrinologista ainda alerta para os perigos que a ausência do medicamento pode ocasionar. "Não sendo utilizada, o paciente ficará com altos níveis de glicose no sangue. Isso pode causar diversas lesões em diferentes órgãos e até causar a morte", ressaltou Bruna.

Em busca do equilíbrio

Com diabetes há 44 anos, Denison Leonardo Molina, 46, diz que usa esse tipo de insulina ao menos duas vezes ao dia. "É uma batalha constante para manter a glicose em equilíbrio", disse o paciente que reside no bairro Vila Nova, em Novo Hamburgo.

Usuário desse tipo específico de insulina há cerca de 15 anos, ele relata que essa é a primeira vez que ouve falar em problemas na distribuição. "Não cheguei a ficar sem, mas sei de outros pacientes que ficaram sem", contou.

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