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Notícias | Região CASO BERNARDO

Condenação de Leandro Boldrini é anulada e Tribunal de Justiça determina novo julgamento

Ele foi condenado em 2019 há 33 anos de prisão pelo assassinato do filho

Publicado em: 10.12.2021 às 19:19 Última atualização: 10.12.2021 às 20:54

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) determinou a realização de um novo julgamento de Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo. A condenação de Boldrini foi anulada por quatro votos a três dos desembargadores do 1º Grupo Criminal da Corte, que acolheram os embargos infringentes do homem condenado por matar o próprio filho. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (10).

Leandro Boldrini disse ser inocente
Leandro Boldrini disse ser inocente Foto: Divulgação/TJRS

Na sessão de julgamento finalizada hoje, o relator foi o desembargador Honório Gonçalves da Silva Neto, que decidiu por acolher o recurso Leandro para anular o julgamento em função da conduta do promotor de Justiça durante o interrogatório dele em plenário, no júri.

“A acusação, contando com a complacência da magistrada, não se limitou a formular perguntas, senão que, em dado momento (mormente depois de orientado o acusado a não as responder), se valeu da oportunidade da realização de questionamentos, contestando declarações anteriores prestadas pelo réu, fazendo alusão a dados informativos que, no seu entender, as contrariavam, afirmando que esse não falava a verdade”, afirmou o desembargador em seu voto.

Neto considerou que o Ministério Público não realizou apenas perguntas a Boldrini quando ele estava sentado no banco dos réus. “Avulta, pois, não se estar diante de perguntas, senão que frente a verdadeira argumentação que, deduzida por ocasião do interrogatório, nem sequer pode ser contraditada pela defesa, que, percebendo o sibilino propósito do promotor de justiça, tentou se opor à conduta por esse observada, sem sucesso”, declarou o desembargador em seu voto.

Mesmo com a anulação do primeiro julgamento, Boldrini seguirá preso. Ele foi condenado há 33 anos de prisão em 2019 pelo assassinato do filho Bernardo. Além dele, também foram condenados Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo, há 34 anos de prisão, Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, há 22 anos de prisão e Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, condenado a nove anos de prisão.

A defesa de Boldrini entrou com o recurso alegando que ele não teve seu direito ao silêncio respeitado durante o Tribunal do Júri. Os embargos infringentes foram protocolados no Grupo no dia 20 de agosto de 2020 por Boldrini, Graciele Ugulini e Evandro Wirganovickz. Naquele momento eles foram derrotados, porém o desembargador Jayme Weingartner Neto apresentou um voto contrário, atendendo parcialmente o pedido dos três réus. A decisão do magistrado determinava um novo julgamento de Boldrini, um novo júri para Evandro que a confissão de Edelvânia e Graciele fosse levada em conta como uma forma de atenuar a pena.

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