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Notícias | Região ETE LUIZ RAU

Obra que tratará quase metade do esgoto de Novo Hamburgo começa nos próximos dias

Atualmente, índice de tratamento do esgoto é de 7% no Município

Por Matheus Chaparini e Susi Mello
Publicado em: 03.02.2022 às 07:00 Última atualização: 03.02.2022 às 13:53

A Comusa Serviços de Água e Esgoto emitiu ontem a ordem de serviço para as obras de terraplanagem para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Luiz Rau. Com a estação funcionando a pleno, a previsão é de que o tratamento chegue a 50% em Novo Hamburgo.

Ao lado de técnicos da Comusa, Lüders estima que obra será concluída até 2024
Ao lado de técnicos da Comusa, Lüders estima que obra será concluída até 2024 Foto: Matheus Chaparini/GES-Especial
O custo estimado desta etapa da obra é de R$ 4,8 milhões, financiados pela Caixa Econômica Federal. A terraplenagem será feita em 42,9 mil metros quadrados no terreno, localizado na Rua João Corrêa, no bairro Santo Afonso. Ao todo, a área tem 139 mil metros quadrados.

A terraplanagem deve iniciar nos próximos dias e ser concluída em quatro meses. Além da terraplanagem, a Comusa informa que está saindo uma licitação para conclusão dos interceptores, em torno de R$ 1,5 milhão.

A construção da ETE Luiz Rau está orçada em R$ 61 milhões e o prazo de conclusão é 2024. "É uma obra histórica para a Comusa e para o Município todo. Hoje em torno de 7% do esgoto é tratado, mas vamos para um salto de 50% quando a estação estiver toda em operação", afirma a diretora-geral da Comusa, Andrea Braun.

Conforme vídeo institucional, divulgado em 2021, a ETE Luiz Rau será a maior obra da história da Comusa. A estação ocupará um espaço físico de 4,3, hectares, com vazão de 200 litros por segundo, na fase inicial. Com o funcionamento pleno, serão 600 litros de esgoto por segundo.

A primeira etapa de implantação será composta de SBR (reator sequencial em bateladas, em português, um processo em que vários eventos de tratamento ocorrem em um único tanque) e uma lagoa de amortecimento. Em sua última fase, e unindo o sistema já existente de tratamento de esgoto, Novo Hamburgo estará próxima de atingir os índices do Marco Regulatório de Saneamento.

ETE Roselândia está pronta

Nos próximos dias, o tratamento de esgoto no município de Novo Hamburgo ganha mais um reforço. De acordo com a Comusa, a ETE Roselândia está concluída, em fase de destamponamento. Em funcionamento, a estação vai aumentar em 2% o tratamento na cidade. A ETE já está em testes. A estimativa é de que a obra vá beneficiar 9 mil moradores. A obra iniciou em 2016 e teve investimento de cerca de R$ 11 milhões, com recursos do extinto Ministério das Cidades e contrapartida da Comusa.

''Um arroio no Centro da cidade com água limpa''

Ex-diretor-geral da Comusa, o prefeito em exercício, Márcio Lüders, define que a obra é um legado para a cidade.

"Quando colocarmos em operação os interceptores, que já estão instalados no Luiz Rau, vamos pela primeira vez em não sei quantos anos, porque não presenciei isso, termos a possibilidade de ter um arroio no Centro da cidade correndo com água limpa", afirma Lüders.

O Marco Regulatório do Saneamento Básico prevê que até o fim de 2033, os municípios precisam ter ao menos 90% do esgoto tratado. Para chegar a esta marca, o Município projeta outras medidas.

Após a conclusão da ETE Luiz Rau, o foco será o Arroio Pampa. Segundo Lüders, o Pampa responde praticamente pela outra metade do esgoto da cidade. O Município vai estudar a criação de um emissário do Pampa, para ser tratado na ETE Luiz Rau ou se será necessário fazer uma nova estação de tratamento.

Outra iniciativa será um levantamento das casas que têm sistema de fossa, filtro e sumidouro funcionando. "Estamos fazendo um levantamento do que já tem de projeto aprovado pela Comusa para podermos colocar e atestar isso dentro do Marco Regulatório como uma espécie de tratamento."

Entenda como funciona o tratamento

O esgoto despejado nos rios é consumido por bactérias, que se alimentam dessa matéria orgânica. Mas, para digerir essa matéria, elas precisam de oxigênio, o que prejudica o ecossistema e causa morte de peixes, por exemplo. Em resumo, o que a estação faz é recriar esse sistema em um ambiente controlado, com bactérias, esgoto e ar.

"Se cria as condições ideais, de forma artificial, para que elas tenham uma procriação exponencial e coloca a carga, que é o esgoto, para que elas comam e façam a digestão disso", explica o engenheiro civil da Comusa, Alexandre Menezes.

"Em vez de elas fazerem isso dentro do rio e acabar com o oxigênio, elas vão comer aqui dentro, no 'bandejão'. O efluente líquido que resulta desse processo não vai ser agressivo e pode ser jogado de volta ao arroio, sem causar esse impacto", conclui o diretor técnico, Sérgio Giugno.

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