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Um motorista de aplicativo de 41 anos vinha conciliando transporte de passageiros com entrega de droga na Serra. Ele confessou quando foi preso em flagrante pela Brigada Militar na noite de sábado (5) no bairro Jardim, em Gramado. Estava com encomenda de cocaína no carro. Foi levado para o presídio mais próximo, o de Canela, outra cidade onde traficava.
Classe média
O condutor admitiu que tinha recebido a droga para fazer entrega a um consumidor. O usuário seria um morador de classe média de Gramado. A Polícia vai tentar descobrir quem é o distribuidor da cocaína, que empregava o motorista para levar as encomendas. O motorista de app tinha antecedentes por posse irregular de munição de arma de fogo.
Praticidade para os criminosos
A praticidade dos serviços por aplicativos, que revolucionaram os transportes com facilidades ao usuário, caiu aos olhos do submundo do crime. A pandemia é outro aspecto. O isolamento social, conforme o delegado Alencar Carraro, do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), impulsionou a oferta a domicílio. As chamadas “bocas de fumo” ficaram para os mais pobres, usuários de substâncias mais baratas e menos puras, como o crack. “Os traficantes começaram a investir na tele-entrega de maconha, cocaína e sintéticos. Tem muita gente usando droga. É impressionante”, observa Carraro.
Outro esquema é desbaratado em Tramandaí
Na manhã deste domingo, em Tramandaí, a Polícia Civil desarticulou esquema de tele-entrega de droga ainda mais comum, feito por motoboys. Um jovem de 19 anos, conhecido por levar cocaína a domicílio em bairros da cidade do litoral, foi preso com várias porções da droga em fundo falso da moto. O flagrante foi em um sítio em Viamão onde motoboys buscavam a substância para a distribuição. Segundo o delegado de Tramandaí, Alexandre Souza, o líder é um traficante de 44 anos, também preso em flagrante, que aproveitou a pandemia para expandir a tele-entrega.
