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Notícias | Região EDUCAÇÃO

Ano letivo nas escolas estaduais começa com menos matriculados

Na região há menos matriculados que em 2019. Crise provocada pela pandemia estaria entre as razões

Por Susi Mello
Publicado em: 22.02.2022 às 03:00 Última atualização: 22.02.2022 às 12:54

Nesta segunda-feira (21), as escolas estaduais retomaram as aulas 100% presenciais. Além da expectativa pelo retorno, o trabalho sanitário nas escolas, as obras e os ajustes ainda necessários, um outro aspecto chama a atenção. O número de estudantes matriculados nas estaduais gaúchas está em queda e ainda não chegou aos níveis pré-pandemia.

Retomada das aulas na Escola Osvaldo Aranha, em Novo Hamburgo
Retomada das aulas na Escola Osvaldo Aranha, em Novo Hamburgo Foto: Susi Mello/GES-Especial
As matrículas na rede estadual ainda estão abertas, mas por enquanto há 750 mil estudantes inscritos no Rio Grande do Sul. Mesmo com a estimativa de aumento para um pouco mais de 760 mil, ainda assim os números devem ficar abaixo de 2020. Naquele ano, o último antes da pandemia, foram 792 mil matrículas.

A previsão da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) é de que este ano os números finais de matriculados alcancem os 763 mil de 2021. A Seduc aponta que a redução que tem acontecido nos últimos anos não é algo repentino.

Busca ativa

Na 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), com 168 escolas, divididas em 38 municípios, a busca ativa por alunos que não se matricularam foi o motivo apontado pela titular Ileane Bravo para que os números de matriculados este ano ficassem acima de 2020. Até o momento, são 62.721 matrículas, contra as 60.774 de 2020. No entanto, ainda é um número inferior ao de 2019, quando foram 63.399 matriculados. Em 2021 foram 58.491. A retomada dos números na região vem depois de um esforço conjunto com a promotoria de educação, os municípios e escolas.

Esforço

Municípios como São Leopoldo e Novo Hamburgo ainda têm defasagem, aponta a coordenadora. "Ainda precisamos unir forças para ampliar essa busca", diz Ileane.

A titular da 2ª CRE explica que a maior dificuldade na busca ativa são os alunos do ensino médio. "Sentimos, durante a pandemia, que pais ficaram desempregados, tiveram separações e filhos que ficaram com o pai ou com a mãe, desestruturando a família. Ainda tiveram perdas de pais e mães e desemprego. Por isso, alunos precisaram trabalhar para sobreviver", aponta Ileane, acrescentando que em encontro com suas equipes solicita acolhimento.

Apenas alunos que tiverem a recomendação médica para permanecer em casa poderão continuar na modalidade de ensino remoto.

Nesse primeiro dia de aula houve muitas orientações sanitárias. A diretora da escola Osvaldo Aranha pediu para que os estudantes não compartilhassem garrafinhas de água e usassem máscara. Reforçou ainda orientações sobre horários e uso da camiseta. Ela aguarda uniformes e monitores para o Programa de Escola Cívico-Militar.

Situações contrastadas em duas escolas

Nesta segunda, havia situações diferenciadas nas estaduais da região. Em alguns lugares o número de estudantes cresceu pela abertura de mais turmas, como é o caso da Osvaldo Aranha, do bairro Ideal. Em outros casos, como no Vila Becker, bairro Operário, o volume de matriculados caiu.

A diretora Verônica Paz, da Osvaldo Aranha, explica que até a manhã de sgunda-feira havia 690 matrículas, contra as 554 de 2021 e 620 de 2020. "A pandemia foi a causa da queda", comentou, referindo-se aos dados de 2021. No entanto, o crescimento de alunos tem a ver com a disponibilidade de quatro turmas a mais desde o início da pandemia.

Queda

Na Vila Becker a diretora Bernardete Flamia Fasolo explica que este ano são 380 alunos matriculados, contra 450 de 2020, quando a pandemia interrompeu as aulas presenciais.

"A cada ano percebemos a redução de alunos. Mesmo alunos que realizamos a busca ativa, eles não retornam. Este ano, dos 15 cadastrados na busca ativa, todos disseram que não iriam voltar. Eles não dão explicação, não sei se estão em outras escolas e, se estão, são poucos", explica Bernardete.

Nas duas instituições de ensino praticamente 100% dos alunos estavam presentes ontem pela manhã.

Na Osvaldo Aranha, aproximadamente 90% dos estudantes retornaram na parte da manhã. Foi considerado um avanço, comparando com o último trimestre de 2021, quando as aulas presenciais conseguiram atrair 70% dos matriculados. Já no Vila Becker, a diretora estimou em 100% a presença nas aulas.

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