Pelo menos 12 pessoas já foram presas em uma operação da Polícia Civil desencadeada na manhã desta terça-feira (22) na região e que tem como alvo suspeitos de participação no chamado "golpe dos nudes". A investida, denominada de X-Con, segunda fase, é coordenada pela delegada Luciane Bertoletti, da Delegacia de Esteio, e cumpre 42 mandados de busca e apreensão e de prisão na cidade e também nos municípios de Porto Alegre, Alvorada, Gravataí, Montenegro, Torres, São Borja, Osório, São Leopoldo, Itaqui.
O golpe, segundo a Polícia, consiste em um primeiro contato ou por uma rede social ou pelo aplicativo WhatsApp, onde uma pessoa jovem e bonita instiga uma vítima a trocar mensagens de cunho sexual e fotos intimas. Na sequência, outra pessoa se apresenta como pai da jovem, dizendo que a filha é menor de idade e a conduta da vítima se amolda ao crime de pedofilia.
Para não denunciar o caso à Polícia, o suposto pai exige depósitos em dinheiro. Na maioria das vezes, após o recebimento de valores, o golpista continua extorquindo a vítima, exigindo dinheiro com a desculpa de que haverá a necessidade de submeter a filha a tratamento psicológico ou, ainda, exigindo o depósito de valores para reparar prejuízos materiais.
Conforme a investigação, é bastante comum também, nesses casos, a presença de uma quarta pessoa envolvida, que se apresenta como policial, muitas vezes com fotos e nomes reais retirados das redes sociais, dizendo que está sendo registrada uma ocorrência, e que será expedido mandado de prisão contra a vítima, a deixando desesperada e fazendo com que deposite mais dinheiro aos golpistas.
Cinco meses de investigações
As investigações que culminaram com a operação desta terça-feira tiveram início em setembro de 2021, onde foram identificados diversos suspeitos vinculados a detentos ou ex-presidiários, porém associados a pequenos núcleos, diferentemente do que ocorreu na primeira fase deflagrada, naquele mesmo mês, onde foram cumpridas 113 medidas cautelares.
“Essa ação é outra ofensiva de combate aos crimes virtuais, que tiveram um aumento expressivo no período de confinamento exigido por conta da pandemia”, pontua a delegada Luciane.
“É uma grande investigação contra o crime organizado, focada na desarticulação de esquemas de golpes virtuais. Chama a atenção a criatividade dos criminosos em forjar falsos policiais e delegacias que realizavam golpes até contra vítima no Japão”, pontua o diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ªDPRM), delegado Mario Souza.