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Notícias | Região VINGANÇA

Marido de mulher morta em sequestro era 'mula' de facção e foi alvo de emboscada

Casal levava R$ 18,5 mil a criminosos; à Polícia, homem disse que inventou o argumento de que dinheiro seria para compra de carro caso houvesse imprevisto

Por Renata Strapazzon
Publicado em: 23.02.2022 às 11:16 Última atualização: 23.02.2022 às 11:59

Um crime que chocou São Leopoldo no final do ano passado foi esclarecido e os participantes, presos durante uma operação da Polícia Civil desencadeada na manhã desta quarta-feira (23).

A Operação The Mule teve como pano de fundo o sequestro e assassinato de Fernanda Aparecida da Silva, 31 anos, ocorrido em 18 de dezembro de 2021.

Na época, as informações divulgadas pela Polícia, com base no depoimento do marido de Fernanda, de 45 anos, davam conta de que o casal, morador de Nova Tramandaí, teria vindo a São Leopoldo para negociar um automóvel, anunciado na Internet.

Operação foi desencadeada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (23)
Operação foi desencadeada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (23) Foto: Polícia Civil/Especial

Na operação deste quarta-feira, foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e oito de busca e apreensão em São Leopoldo e também nos municípios de Bento Gonçalves, Gravataí e de Praia Grande, em São Paulo.

Um dos presos foi uma mulher, apontada como uma das mandantes do crime, e que estava em prisão domiciliar. Foram, ainda, comunicadas as prisões do marido dela, que já está na Penitenciária de Caxias do Sul, e do jovem apontado como um dos executores, também já preso.

A ação de hoje foi coordenada pela Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) leopoldense.

Vingança

De acordo com a Polícia, o plano para matar o marido de Fernanda tinha como motivação a vingança de um casal de traficantes de Bento Gonçalves, na Serra. “Foi apurado, que referido casal foi preso em novembro de 2021 e naquela oportunidade, a vítima (marido de Fernanda) estava presente e por ter compartilhado informações com os policiais, acabou sendo liberada, o que motivou a (ordenação da) sua morte pelo casal de traficantes”, esclarece Cabral.

O delegado reforça que o alvo da emboscada seria apenas o homem. Fernanda morreu por estar no lugar errado e não conseguir escapar do carro dos sequestradores, antes de ser executada.

Como aconteceu

No local combinado para suposta compra do veículo, no bairro Santos Dumont, o casal teria sido assaltado e sequestrado. O marido teria saltado do carro dos criminosos, enquanto Fernanda seguiu em posse dos sequestradores. A mulher foi encontrada morta horas depois, na Avenida Coronel Atalíbio Taurino de Rezende, no bairro Arroio da Manteiga. Ela teria sido alvo de, pelo menos, cinco disparos de arma de fogo na altura do rosto.

De acordo com o diretor da Divisão de Homicídios Metropolitana do Departamento de Homicídios, o delegado Cassiano Cabral, o casal teria sido vítima de uma emboscada planejada por uma facção, da qual o marido de Fernanda seria integrante. Eles teriam vindo a São Leopoldo com a quantia de R$ 18,5 mil que seriam entregues a outros integrantes do bando. O marido de Fernanda, segundo a investigação, desempenhava o trabalho de “mula”, carregando dinheiro e drogas para a facção. No local, no entanto, criminosos esperavam o casal, na intenção de executar o homem.

“Em depoimento, a vítima declarou que fazia o papel de "mula” para uma facção criminosa, e que se houvesse algum imprevisto, era para narrar à Polícia, a história de que teria vindo à São Leopoldo para comprar um veículo da OLX”, pontua o delegado.

Outros envolvidos

Segundo a investigação da Polícia Civil, além do casal de mandantes, pelo menos outras três pessoas teriam participação no crime. Um deles, um homem de 21 anos, foi preso pela Brigada Militar no dia seguinte ao assassinato de Fernanda. Ele estava de posse do carro do casal, um Fiat Palio preto, e foi capturado após tentativa de fuga.

Ele segue preso desde então na Penitenciária Estadual de Sapucaia do Sul. Outros dois jovens, ambos de 20 anos, são apontados como executores. Um deles foi assassinado dia 18 de janeiro deste ano, e outro está detido na Penitenciária de Ijuí.

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