Manifestantes ocupam o antigo Pronto Atendimento de Novo Hamburgo desde a madrugada desta segunda-feira (7). A mobilização social destaca que é organizada por mulheres e pessoas transexuais. Em vídeo publicado nas redes sociais uma das integrantes do protesto diz, “a gente veio por meio de uma ação direta reivindicar políticas públicas de saúde e assistência social pelo fim da violência de gênero para mulheres e pessoas trans. 'Tamo' solicitando o apoio da população para fortalecer a ação e proteger, quando a intervenção do estado sempre muito opressor, misógino e racista, transfóbico chegar, valeu”.
Algumas pessoas permanecem do lado de fora do prédio para apoiar as ocupantes. Uma moradora de 52 anos, que prefere não se identificar, soube da manifestação e resolveu ir até o local nesta manhã, onde se dispôs a ajudar levando comida e outros itens essenciais que precisassem. "Fiquei sabendo pelas redes sociais que tinha uma ocupação, com alusão pelo dia 8 de março e vim para cá porque me identifico com a causa."
Ela conta que ficou, junto com outros manifestantes que estavam na calçada em frente ao prédio ocupado, para impedir a entrada da Guarda Municipal. De acordo com ela, durante o conflito foi jogado gás de pimenta contra quem protestava.
MOBILIZAÇÃO SOCIAL | Ocupação pede o fim da violência de gênero e reivindica por melhorias nas políticas públicas e assistenciais pic.twitter.com/PNcnxuIPCS
— Jornal NH (@jornalnh) March 7, 2022
A Prefeitura de Novo Hamburgo se posicionou no início da tarde desta segunda-feira por meio de nota. No texto, a prefeita Fátima Daudt diz que a ocupação tem motivação política. “Eles só ocuparam o prédio porque tomaram conhecimento da conclusão do processo licitatório para reforma do prédio”, declara a chefe do Executivo.
A Prefeitura também esclarece que o Município já presta serviços de atendimento para a população trans e para mulheres.
"Fátima alerta para motivação política em invasão de prédio
A prefeita de Novo Hamburgo, Fátima Daudt, alerta para motivação política do grupo que invadiu o prédio localizado na esquina das Ruas Joaquim Nabuco e Magalhães Calvet, no Centro. “Eles só ocuparam o prédio porque tomaram conhecimento da conclusão do processo licitatório para reforma do prédio”, enfatiza Fátima. A Prefeitura publicou nesta segunda-feira (07) o Boletim de Homologação 09/2022 (página 24 do Jornal NH), com a homologação 14/2022 da tomada de preço para reforma e instalação do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) no local. O investimento é de R$ 771.761,71.
“Estamos em ano eleitoral. O movimento é extremamente político. Todo o processo licitatório para o início das obras está concluído. Esperamos que a desocupação ocorra imediatamente”, enfatiza a prefeita.
O SAE, que irá funcionar justamente no prédio invadido e que atualmente está localizado em Hamburgo Velho (esquina das Ruas General Osório e Borges do Canto), presta atendimento a pacientes especiais, como portadores de hepatite, HIV, e inclui também a população trans, onde eles/elas têm acesso a atendimento médico, exames, testes rápidos e até preservativos.
Além disso, o município conta, em parceria com a Feevale, ambulatório de atendimento à população trans na universidade e vinculado à regulação de consultas da Secretaria Municipal de Saúde. Além disso, o município conta com atendimento às mulheres em toda a rede de atenção básica. “Portanto, os serviços pedidos pelos invasores já são prestados pela Prefeitura, o que confirma a motivação exclusivamente política do movimento”, reforça Fátima."