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Notícias | Região Política

Quem é Delegado Ranolfo, primeiro governador com origens na região

Ele assumirá depois que Leite renunciar na quinta-feira (31)

Publicado em: 29.03.2022 às 03:00

Com a renúncia do governador Eduardo Leite (PSDB) confirmada ontem e prevista para esta quinta-feira, quem assume o Palácio Piratini até o fim do mandato, em 31 de dezembro, é o atual vice, Ranolfo Vieira Júnior, do mesmo partido. É a primeira vez que um político do eixo Região Metropolitana-Vale do Sinos chega ao cargo na condição de titular.

Ranolfo é o vice-governador e secretário de Segurança
Ranolfo é o vice-governador e secretário de Segurança Foto: Gustavo Mansur/P. Piratini

Ranolfo é natural de Esteio, onde nasceu no dia 7 de abril de 1966. Tem, portanto, 55 anos, e mantém residência na cidade metropolitana. Casado há 26 anos com Sônia, é pai de Guilherme, Gustavo e Gabriela. É formado em Direito pela Unisinos e tem especialização em gestão de segurança e mediação de situação de crise. Foi professor na Ulbra e na Academia da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul (Acadepol).

Ranolfo é delegado aposentado. No início da carreira passou por São José do Norte e Rio Grande, no Sul do Estado, até chegar à Região Metropolitana. Como titular da Delegacia Regional da Polícia Civil no Vale do Sinos, em São Leopoldo, liderou investigações de casos rumorosos no início dos anos 2000. Passou também pelo Departamento Estadual de Investigações Sobre Narcotráfico (Denarc) e foi diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) antes de chegar à chefia da Polícia Civil gaúcha durante os quatro anos do governo Tarso Genro (PT), entre 2011 e 2015. No início do governo de José Ivo Sartori (MDB) foi do Conselho Superior da Polícia Civil.

Filiado ao PTB, Ranolfo assumiu no fim de 2016 a Secretaria Municipal de Segurança de Canoas no governo do então prefeito Luiz Carlos Busato (à época no mesmo partido). Em 2018 chegou a ser lançado pelo PTB como pré-candidato ao governo do Estado, mas acabou indicado como vice de Eduardo Leite na composição com o PSDB.

Ainda na transição de governo foi anunciado como secretário estadual de Segurança Pública (SSP) em um momento de polêmicas na área. Desde então, vem celebrando a redução dos principais indicadores criminais do Rio Grande do Sul. Em setembro do ano passado Ranolfo anunciou que estava deixando o PTB após oito anos e indo para o PSDB. Na pandemia, Ranolfo esteve muito próximo da condução das ações do governo.

Pré-candidato agora busca articulação de alianças

Confirmado como candidato à sucessão de Eduardo Leite (PSDB), o vice-governador, Ranolfo Vieira Jr (PSDB) agora começa a articulação para construção da chapa. "O PSDB liderou esse projeto até aqui e tem um grande nome para continuar liderando esse projeto, o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior", afirmou Leite.

Leite antecipou que o partido vai buscar aliados para compor a chapa, entre eles o MDB, que no domingo anunciou o nome de Gabriel Souza para a disputa no Piratini. Presidente tucano no RS, o deputado Lucas Redecker ressaltou a boa relação entre as duas legendas e demonstrou interesse em fechar a parceria para a eleição. "O MDB é um aliado de primeira hora, agora tem que sentar para conversar e apresentar os nomes. Para nós, o melhor nome é o Ranolfo", afirma o deputado, embora diga que o partido segue aberto.

Acordo

"Em 2018 o PTB tinha um candidato e acabamos fechando uma chapa", lembrou Redecker falando sobre o acordo que colocou Ranolfo como vice de Leite, já que na época o vice-governador era filiado ao PTB.

Mas a relação com o MDB vem mais estremecida, já que integrantes do partido acusaram nas últimas semanas uma interferência direta do governador nas decisões do partido. Ao anunciar a desistência da pré-campanha pelo MDB, o deputado federal Alceu Moreira deixou claro que "a máquina governamental" teria sido colocada em jogo para evitar a sua candidatura. Internamente, parte do MDB acredita que Leite atuou para a candidatura interna de Souza, o que causou o racha nos aliados.

Redecker diz que a fala da Leite em favor de Ranolfo é um sinal de que esse movimento não foi feito.

Simon renunciou em 90 para ir ao Senado

A renúncia de um governador gaúcho não é um movimento inédito, mas é uma raridade na história do Rio Grande do Sul. Desde a volta do voto direto para governador, há 40 anos, apenas Pedro Simon (MDB) havia tomado atitude semelhante à que foi confirmada ontem por Eduardo Leite.

Diferentemente do governador tucano, porém, a pretensão de Simon não era o Palácio do Planalto, mas a retomada da cadeira no Senado - ele foi eleito e tomou posse em fevereiro de 1991. Eleito governador em 1986, o caxiense se afastou do governo em abril de 1990 para concorrer, sendo substituído no Palácio Piratini por Sinval Guazelli, ex-governador do período militar que trocou de lado no fim do regime.

Antes de Simon, apenas um governador deixara de concluir o mandato desde a queda do Estado Novo, mas não por opção própria: Ildo Meneghetti, eleito pela segunda vez para ocupar o Palácio Piratini em 1962. Foi o nome escolhido pelos gaúchos para substituir Leonel Brizola.

Sempre fiel aos militares, apoiou o golpe de 1964, chegando a mudar a sede do governo de Porto Alegre para Passo Fundo, temendo que as forças leais a João Goulart o retirassem do cargo. Tamanha lealdade, contudo, foi insuficiente para livrá-lo das ordens de Brasília. Em setembro de 1966, os militares decidiram encurtar o mandato de Meneghetti e entregar o poder a Walter Peracchi Barcellos. (Eduardo Amaral)

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