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Notícias | Região VIOLÊNCIA

Acusado de latrocínio de idoso em Dois Irmãos até já assaltou e baleou policial

Hamburguense em liberdade provisória foi preso em casa, no bairro Canudos, pelo crime que comoveu o Vale do Sinos

Por Silvio Milani
Publicado em: 15.04.2022 às 08:23

O assalto que resultou na morte de um idoso e comoveu Dois Irmãos, há uma semana, foi cometido por um homem de 26 anos com vasta ficha criminal. Até já roubou e baleou um brigadiano no Vale do Sinos. Em liberdade provisória, foi capturado perto de casa, no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, na noite de quarta-feira (13). O nome não é informado por conta da Lei de Abuso de Autoridade. A Polícia Civil ainda tenta chegar ao comparsa.

Pequeno comércio foi atacado há uma semana na Travessa Pastor Adolfo Bachimont
Pequeno comércio foi atacado há uma semana na Travessa Pastor Adolfo Bachimont Foto: João Ávila/GES-Especial
O preso é apontado como o ladrão que atirou no comerciante Ricardo Utzig, o Pingo, 66 anos, na noite da sexta-feira (8) passada. O criminoso e um parceiro invadiram a peixaria da vítima em uma pequena peça ao lado da casa da família, na Travessa Pastor Adolfo Bachimont, bairro União, e exigiram dinheiro. O idoso tentou negociar uma sacola de peixes e levou um tiro no peito.

Buscas no beco

Por meio de imagens e informações anônimas, a Polícia Civil identificou o presidiário e conseguiu a decretação da prisão temporária. Depois da captura, os agentes voltaram ao beco em Canudos, na manhã de ontem, atrás da arma do latrocínio. Seria um revólver, que não foi localizado. Eles aprenderam uma moto e outros objetos para averiguação.

Sigilo

O delegado de Dois Irmãos, Felipe Borba, não entra em detalhes sobre a investigação para não atrapalhar a coleta de novas provas e a identificação do outro assaltante, que agiu com uma faca e também teria muitos antecedentes criminais. "Acredita-se que a vítima tenha reagido, o que teria motivado o disparo", comenta.

Dupla rendeu dono e esposa na peixaria

O idoso estava no pequeno comércio da família quando foi rendido por dois criminosos, armados de revólver e faca, por volta das 22 horas do último dia 8. Levado para a casa, onde a esposa também foi dominada, o idoso oferecia peixes aos ladrões, que exigiam dinheiro.

Ricardo Utzig
Ricardo Utzig Foto: Reprodução
Utzig levou um tiro no peito. Os assaltantes pularam a cerca e fugiram correndo sem roubar nada. O comerciante foi socorrido ao Plantão 24 Horas, onde logo morreu. Segundo a mulher, que não viu o marido ser alvejado, ele não teria reagido.

Um policial civil, não identificado, que mora nas proximidades, diz ter escutado o disparo e visto dois suspeitos em direção à Avenida São Miguel, a principal da cidade. Os policiais apuram se a moto apreendida nas proximidades da casa do suspeito foi usada na fuga.

Utzig deixou a esposa, Clanita, o filho Marco Antônio e a nora Djenifer. "Na inocência, tentou negociar uma sacola de peixes com os assaltantes", conta a nora. A dor da perda tem novo ingrediente nesta Sexta-Feira Santa. Dedicado ao trabalho, o idoso já tinha preparado o estoque para a tradicional época religiosa à família e clientes.

Condenado por roubo violento, mas solto

Em maio do ano passado, o preso foi condenado a 11 anos e oito meses de reclusão no regime fechado por assalto a uma padaria no bairro Primavera, em Novo Hamburgo, onde roubou a arma de um policial e o baleou. O crime aconteceu por volta das 19h30 de 15 de julho de 2015.

Conforme a sentença, o ladrão invadiu a padaria com um comparsa e exigiu o dinheiro do caixa. Reconheceu que um cliente na fila era sargento da Brigada Militar, o desarmou e o alvejou no ombro. A dupla fugiu sem roubar nada do comércio, mas com a pistola do policial, em Gol conduzido por um terceiro criminoso. O brigadiano, que estava sem farda e de folga, sobreviveu. Os dois comparsas do morador de Canudos também foram condenados, mas com penas menores. Os três ganharam o direito de recorrer em liberdade.

Em outro caso, foi absolvido porque vítima voltou atrás

O criminoso chegou a ser denunciado por assalto à mão armada no bairro Rincão, em Novo Hamburgo, e teria roubado uma moto Yamaha 250 na tarde de 25 de junho de 2015. Cinco meses depois, fugiu de abordagem da Brigada Militar, foi perseguido e preso com o veículo no bairro Canudos. O dono da moto reconheceu o assaltante, mas mudou de opinião durante a ação criminal. O denunciado foi absolvido da acusação de roubo e sobrou apenas a de receptação, de 1 ano, convertida em prestação de serviços à comunidade.

Em outro processo, por ter sido preso com um carro furtado também em Canudos, acabou sendo absolvido por prescrição. As ações penais fazem parte do conjunto de acusações que envolvem homicídio, roubo, furto, receptação, porte de arma e lesão corporal.

Em meio a novos casos, Estado celebra índices

Menos de uma semana após três casos nos vales do Sinos e Caí, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado divulga balanço em que celebra queda nos latrocínios (roubos com morte). "O Rio Grande do Sul teve em março o menor número de latrocínios já registrado para o período em 11 anos. Em todo o Estado, foram cinco casos, o segundo menor total da série histórica, superado apenas pelos anos de 2009 a 2011, quando houve quatro roubos com morte no mês", publicou o órgão, no site oficial, na tarde de ontem.

Além do caso do comerciante de Dois Irmãos na sexta, houve dois latrocínios de motoristas de aplicativo na madrugada de sábado (9), que seguem sob investigação. Marcos Mguel Menuzzi, 38, aceitou corrida em Novo Hamburgo e foi morto a tiros dentro do carro, um Ka, em Bom Princípio. O corpo do colega Jeferson Murilo Soares, 33, foi encontrado pouco depois em São Sebastião, após aceitar passageiros em Sapiranga.

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