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Notícias | Região PREDADORAS

Piranhas invasoras já são encontradas em ponto do Rio dos Sinos

Palometas foram pescadas na Praia do Paquetá, em Canoas, e tendência é que sigam pelo Sinos, chegando a cidades como São Leopoldo e Novo Hamburgo

Por Ermilo Drews
Publicado em: 19.04.2022 às 07:00

Com capturas já registradas na Praia do Paquetá, em Canoas, é questão de tempo para que as palometas comecem a aparecer em outros pontos do Rio dos Sinos. Espécie de piranha originária da Bacia do Rio Uruguai, o peixe avançou pelo Rio Jacuí a partir de fevereiro do ano passado e no último verão os primeiros exemplares foram pescados na praia, que fica na confluência dos rios Jacuí e Sinos. Pescadores amadores também retiraram espécimes no Rio Caí, em Pareci Novo.

Palometas foram pescadas na Praia do Paquetá
Palometas foram pescadas na Praia do Paquetá Foto: Maria Penafor/Especial
Professor da Unisinos e especialista em peixes, Uwe Schulz considera inevitável que as palometas sigam conquistando espaço no Sinos. “Vai subir para São Leopoldo, Novo Hamburgo e ir até Taquara, eu acredito. Em partes onde o rio corre com mais velocidade, eu não sei se chegam.”

Schulz integra um grupo de trabalho no Pró-Sinos que monitora o avanço do predador. Para ele, não há muito o que fazer para impedir que as palometas se proliferem pelo rio. “Não haverá um meio simples de reverter a evolução da invasão e será preciso uma adaptação na convivência com a espécie”, analisa.

Sem predador natural, as palometas podem reduzir população de peixes e entrar em conflito com banhistas. Ataques a pessoas já aconteceram em cidades como Rosário do Sul, em águas onde o peixe é nativo. Por lá, balneários colocam redes ao redor da área de banho para impedir o avanço dos animais. Em Uruguaiana, foi criado o evento de Canto e Pesca à Palometa, na tentativa de se controlar a espécie. Apesar de poderem provocar pequenos ferimentos em seres humanos, elas não têm o potencial de ataque de piranhas como as encontradas na Amazônia e Pantanal.

Adaptadas ao ambiente

Paulo Denilto é um dos pescadores que capturaram exemplares no último verão na Praia do Paquetá. “Eram maiores que uma mão. Tinha uns 20 centímetros e 300 gramas”, conta. Levantamento feito pela Defesa Civil de Cachoeira do Sul, no Centro do Estado, onde diversas espécimes foram encontradas no Rio Jacuí, indicou que mais de 70% delas tinham ovas, o que reforça a adaptação delas ao ambiente e a capacidade de se reproduzirem e estabelecerem em águas diferentes da bacia do Rio Uruguai.

Ibama monitora avanço

Na tentativa de controlar o avanço das piranhas, o Ibama elaborou um plano que, no longo prazo, prevê a recuperação das bacias hidrográficas, o que tornaria o ambiente mais equilibrado, dificultando o avanço de um predador. A curto prazo, a ideia é estimular, por meio de universidades e pescadores, a criação de métodos mais eficazes de capturas e mapear os locais onde há maior presença do animal.

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