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Notícias | Região INVESTIGAÇÃO

Polícia suspeita que ex-presidiário foi contratado para matar professora em Lindolfo Collor

Educadora aposentada, que não tinha inimigos e levava vida tranquila, teria sido executada por motivo financeiro

Por Silvio Milani
Publicado em: 18.05.2022 às 11:17

A investigação sobre a morte da professora aposentada Maria Soli Schneider, 61 anos, aponta que um ex-presidiário de Novo Hamburgo foi contratado para a execução na casa da vítima, em Lindolfo Collor, na tarde de 30 de dezembro do ano passado. A Polícia Civil tem um suspeito. O motivo do homicídio seria financeiro. Quem planejou pretendia alguma vantagem ainda não esclarecida. A educadora não tinha inimigos, levava uma vida tranquila e era admirada na comunidade.

Maria Soli Schneider, de 61 anos, foi morta a tiros no interior de Lindolfo Collor
Maria Soli Schneider, de 61 anos, foi morta a tiros no interior de Lindolfo Collor Foto: Reprodução
Mesmo que tenha convicção em relação ao matador, a Polícia tenta aprofundar provas contra ele. Hamburguense do bairro Roselândia, o investigado foi ouvido em janeiro na Delegacia de Polícia de Ivoti, responsável pelo inquérito, e se comportou de forma despreocupada. Admitiu somente o que não tinha como negar. Confirmou que é dele o Gol branco flagrado por câmeras nas imediações da casa da vítima na hora do crime. Mais que isso não fala. “É um bandido experiente, que não se importa de puxar cadeia”, relata uma testemunha.

Desafios da investigação

Como havia dois homens no Gol usado no homicídio, a Polícia tem ainda o desafio de descobrir quem seria o comparsa do ex-presidiário. O crucial na investigação, porém, é encontrar elos entre o executor e a possível pessoa contratante.

Maria Soli tinha imóveis no Vale do Sinos, entre eles prédios alugados em Ivoti. Morava sozinha, era solteira e não tinha filhos. O delegado Felipe Borba, que coordena a investigação, diz que não pode falar sobre o caso em razão do sigilo do inquérito, que tramita em segredo de Justiça.

Matador teria se passado por comprador de ovos

Apesar dos bens e aposentadoria que garantiam bom poder aquisitivo, Maria Soli levava vida simples. A residência, na localidade de 14 Colônias, era dos pais, já falecidos, onde ela mantinha a tradição de vender produtos rurais. Pelos indícios, o matador usou o pretexto de comprar ovos para se aproximar da vítima.

No dia anterior ao crime, ele teria adquirido uma dúzia com Maria Soli. Assim ele teria conquistado a confiança dela para que abrisse o portão quando foi matá-la, sob argumento de que queria comprar mais.

Tanto que, junto ao corpo, havia uma bandeja de ovos vazia, que ela estaria levando ao galinheiro para abastecer o novo cliente. Também ao lado, ficou o controle remoto do portão eletrônico. A casa é cercada. De acordo com informações obtidas pelos brigadianos, os dois homens teriam ficado três minutos na propriedade.

Pistoleiro teria falhado no estudo da área

Outros indícios apontam que o ex-presidiário falhou no levantamento da área. Fez o trajeto mais difícil tanto para chegar à casa de Maria Soli como para fugir, possivelmente para escapar de uma câmera visível, mas não notou que acabaria sendo flagrado por outro equipamento mais discreto. O Gol ainda fez a volta na rua, que é sem saída, para ir embora. O carro estaria em nome de uma mulher, que o teria vendido ao ex-presidiário.

Educadora levou três tiros

O crime aconteceu na Estrada 14 Colônias, em localidade do interior de mesmo nome, por volta das 12h30. Maria Soli, que recém tinha almoçado, levou três tiros – dois na cabeça e um no peito - perto da porta dos fundos de casa. Pelo rastro de sangue, ela chegou a dar alguns passos até cair.

A Brigada Militar foi acionada pela Prefeitura de Lindolfo Collor sobre tiroteio na área. Encontrou a casa aberta e o corpo da professora já coberto por vizinhos. Ao lado do cadáver, conforme os policiais, havia uma bandeja de ovos vazia. Dentro dela, estava o controle remoto do portão.

Conforme testemunhas, um Gol com dois homens fugiu em direção ao centro da cidade para tomar o rumo da localidade de Nova Vila, no município vizinho de Presidente Lucena. Nada foi roubado. A arma usada no crime foi um revólver calibre 38.

O corpo da professora foi sepultado na manhã seguinte no cemitério da Comunidade 14 Santos Auxiliares Alto, da localidade de 14 Colônias.

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