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Notícias | Região POLÊMICA

Vereadora de Portão não quer drag queens palestrando para crianças e adolescentes

Fátima Coelho afirmou não ter preconceito e sim 'conceito' contra formação de professores em questões LGBTQIA+

Por Thiago Padilha
Publicado em: 16.06.2022 às 16:47 Última atualização: 16.06.2022 às 18:03

Discursos de dois vereadores de Portão contrários a uma sugestão da parlamentar Joice Dillenburg (PDT) para que a prefeitura faça uma formação de professores voltada a questões LGBTQIA+ causaram polêmica na sessão de segunda-feira (13). A proposta foi apenas lida e encaminhada ao Executivo, sem votação, mas, no uso da tribuna, Adair Rocha (MDB) e Fátima Coelho (PTB) fizeram declarações preconceituosas.

Sessões ordinárias ocorrem às segundas-feiras na Câmara de Portão
Sessões ordinárias ocorrem às segundas-feiras na Câmara de Portão Foto: Marcelo Fiori/Câmara de Portão
"Não é preconceito, é conceito. Uma coisa é ser contra a discriminação e outra é aceitar que os professores tenham que tratar desse tema com as nossas crianças e adolescentes, pois começa assim. Querem entrar na mente deles. Não vamos aceitar linguagem neutra. Precisamos nos posicionar, se não, amanhã, teremos drag queens palestrando em nossas escolas. Isso não pode acontecer", bradou Fátima, que se diz "professora, evangélica, cristã e mãe". "Não posso me calar", afirmou.

Já Rocha disse que não discrimina ninguém. "Não fui ensinado a discriminar ninguém, mas a amar e respeitar a opinião", garantiu. No entanto, declarou: "Para nossas crianças e adolescentes, quem ensina é o pai e a mãe. A escola ensina aquilo que está no currículo escolar. Não discriminamos, desde que respeitem o ambiente onde estamos. Na minha igreja, temos pessoas com opção sexual diferente da minha, mas não são discriminados, são amados", disse, acrescentando, por outro lado, que não aceita "meninos beijando meninos" na frente dos filhos.

Objetivo é a formação

Autora da indicação à prefeitura, Joyce explica que o tema não tem relação com "kit gay" ou "ensino gay" nas escolas. "Queremos que os professores tenham uma palestra para entenderem o que passam esses alunos e ajudar as famílias que passam por isso", afirma, lembrando que muitas vezes os educadores não sabem como agir nesses casos.A vereadora reitera que não quer que alunos gays deixem a escola ou até tirem a própria vida por serem discriminados. "Precisamos praticar o respeito, não só quando precisamos do voto. Precisamos falar uma coisa e praticar a mesma coisa. A sociedade está cheia de hipócritas. Graças a Deus, eu não sou."

Assista à sessão da Câmara de Portão 

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