As inscrições para o curso gratuito de magistério, para quem já possui ensino médio completo, estão abertas e seguem até o sábado. Ao todo, cinco escolas da rede estadual disponibilizam o curso na região, porém, somente quatro estão com vagas abertas no segundo semestre deste ano.
Segundo o assessor pedagógico da 2ª Coordenadoria Regional da Educação (CRE) Sérgio Rodrigues Carvalho, o curso dá certificado técnico e possui três semestres, além de 400 horas de estágio. "Após o aluno concluir o último semestre, ele ainda tem dois anos para fazer o estágio e receber o certificado de conclusão. É um curso bem completo com muitas aulas práticas e excelente aproveitamento", destaca.
Importante
Para a diretora do Colégio 25 de Julho, Andréia Muller, todos os profissionais de pedagogia deveriam passar pelo magistério em algum momento da vida. "Diferente da graduação, o curso tem muita prática e sempre tentamos levar o aluno para a realidade da sala de aula, já na graduação essa troca não costuma acontecer no dia a dia das aulas. Nossos professores dão artifícios e ferramentas para o profissional saber lidar nos mais diversos desafios de sala", salienta.
Área de atuação
Conforme a coordenadora das práticas pedagógicas do 25 de Julho, Maria Cladis Zilles Petry, a maioria dos alunos inicia sua carreira nas escolas particulares de educação infantil.
Embora o curso técnico habilite o docente para lecionar na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental (até 5º ano), os concursos públicos para o magistério contratam apenas profissionais formados em Pedagogia. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 2007, exige que o professor só pode assumir turma com ensino superior, a atuação para quem faz o técnico em magistério ainda é ampla. "O Estado ainda aceita o técnico e alguns municípios criaram cargos que podem ser assumidos por esses profissionais", explica Sérgio.
Em São Sebastião do Caí, por exemplo, pessoas formadas no magistério podem realizar concursos públicos para a função de monitor da educação infantil e para professores da educação infantil e anos iniciais. Em Novo Hamburgo, São Leopoldo e Sapiranga o profissional precisa ter nível superior.
O candidato podefazer inscrição para o curso técnico neste link.
A diretora do 25 de Julho reforça que existe uma alta solicitações de estágios nas escolas. "Tanto na rede municipal, que contrata estagiários, como para o estadual. Estamos sempre oferecendo vagas que chegam até nós para os alunos, lembrando que são estágios remunerados e geram ótima aceitação e desenvolvimento das aulas nos estágios curriculares", finaliza.
Kauã Ebehrardt, 16 anos, é o único garoto na turma de 2º ano do curso Normal, que é o ensino médio integrado ao técnico. Ele conta que no começo não se sentiu incluído na turma de maioria feminina, o que hoje já foi ultrapassado. "Quando disse que faria o normal riram da minha cara, disseram que não tinha a ver comigo", lembra. No entanto, o jovem garante que tem certeza sobre a carreira que deseja seguir.
Ainda indecisa sobre a segunda faculdade que deseja cursar, biologia ou educação infantil, a Pedagogia está garantida nos planos de Laura Nitschi da Silva, 17, aluna do 3º ano. Realizando estágio em uma escola de Estância Velha, ela se diz apaixonada pela educação infantil. "É uma experiência fantástica. Com certeza, vou continuar."
Influências
Ketlyn Macalli, 17, chegou ao Normal por aconselhamento da mãe. "Ela disse que eu precisava fazer uma coisa extra", conta. Sem professores na família, ela tomou gosto pelo magistério e, desde o 1º ano, é estagiária em uma escola infantil de Campo Bom. "Hoje eu descobri que dar aula é incrível. No começo até tentei resistir, mas fui me moldando e vi que o que sinto não tem explicação", declara.
Já Amanda Fortes Mendes, 16, conta que desde pequena alimenta o sonho de ser professora. Ela acompanhava a avó Salete Góis, 60, no trabalho de auxiliar de serviços gerais na Escola Municipal Jorge Ewaldo Koch, desde bebê. Isso porque a família é vizinha do colégio. Segundo Amanda, quando foi chamada para estudar no 25 de Julho ficou muito feliz. Ela já atua como estagiária. "Com certeza a minha avó foi minha inspiração", fala.
Colaborou Débora Ertel