Após tiros em policial em Novo Hamburgo, facção perde R$ 300 mil em drogas
Nas buscas ao homem que baleou agente no bairro Canudos, Denarc apreende 97 quilos de maconha em Sapucaia do Sul
Na tentativa de encontrar o criminoso que baleou um policial civil na noite de quarta-feira (10), em Novo Hamburgo, o Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) chegou a um depósito da facção Os Manos em Sapucaia do Sul. Na residência, no bairro Boa Vista, foram apreendidos 97 quilos de maconha na quinta (11) à noite. Segundo o delegado Guilherme Dill, a droga geraria lucro superior a R$ 300 mil aos traficantes.
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Atirador pensou que eram rivais do tráfico
Ao balear agente do Denarc na frente do Residencial Aeroclube, pensando que era um rival dos Bala na Cara, integrantes dos Manos atraíram contingente da segurança pública ainda maior a Novo Hamburgo. Reforços de Caxias do Sul e apoio de helicóptero da Brigada fazem varredura diária em Canudos e arredores.
O confronto aconteceu quando uma equipe da especializada chegou ao condomínio da Rua Bruno Werrner Storck, por volta das 19h30 de quarta, em um carro discreto, para monitorar movimentação de droga. Recebidos a tiros, os agentes revidaram. Alvejado no abdômen e perna, um inspetor passou por cirurgia e está fora de perigo.
Moradores do depósito não estavam
Não havia ninguém na residência que servia como depósito de droga, no bairro Boa Vista, em Sapucaia. "A tentativa de homicídio dos policiais civis foi um fato de extrema gravidade e que demonstra como as facções criminosas ganham força e espaço onde não há atuação policial. A investigação continuará para identificar o indivíduo proprietário da droga, bem como todos os envolvidos no crime contra a vida dos policiais em Novo Hamburgo", frisa o delegado.
Hamburguense preso teria quebrado pacto com rivais
Um traficante de 33 anos, com base no bairro Roselândia, em Novo Hamburgo, teria dado a largada aos conflitos. Recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) e ligado à facção Os Manos, é apontado como responsável pela tentativa de tomar o negócio da droga no entorno da Vila Cruzeiro, na capital.
O conflito deixou 11 mortos em nove dias, no fim de março, e seguiu com mais vítimas em abril. A facção Bala na Cara, que domina a Cruzeiro, teria agora se articulado para uma reação. Membros do grupo estariam recebendo ordens para atacar "biqueiras" no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, principal reduto dos Manos.
É o fim da trégua estabelecida pelas facções em março de 2017, após conflitos com pelo menos seis mortes e vários feridos em uma semana em Novo Hamburgo e São Leopoldo. Os confrontos estavam prejudicando os negócios. O resultado foi um período de queda brusca nos homicídios.