Publicidade
Notícias | Região SÃO LEOPOLDO

'A cada dia acordamos com esperança de encontrá-la', diz tia sobre advogada desaparecida

Desaparecimento de Alessandra Dellatorre, 29 anos, completou um mês nesta terça-feira (16)

Por Renata Strapazzon
Publicado em: 16.08.2022 às 13:18 Última atualização: 16.08.2022 às 17:07

A esperança da família de encontrar a advogada leopoldense Alessandra Dellatorre, 29 anos, desaparecida há um mês, aumenta a cada nova pista. A jovem não é vista desde a tarde do dia 16 de julho. Na tarde daquele sábado, ela saiu de casa, no bairro Cristo Rei, para fazer uma caminhada pelo bairro – era a segunda caminhada do dia, conforme relata a tia e madrinha de Alessandra, Érica Dellatorre, 49.

Desaparecimento de Alessandra Dellatorre, 29 anos, completou um mês nesta terça-feira (16)
Desaparecimento de Alessandra Dellatorre, 29 anos, completou um mês nesta terça-feira (16) Foto: Diego da ROSA/GES
"Ela já havia ido pela manhã, para uma caminhada curta. À tarde, quando saiu, levou uma garrafinha de Whey (suplemento), porque queria ter energia para os exercícios", conta Érica. A diferença, naquele dia, foi o trajeto escolhido por Alessandra. Normalmente, segundo a família, a jovem transitava apenas pela Avenida Unisinos. No dia do desaparecimento, porém, de acordo com testemunhas, ela teria sido vista entrando em uma área de mata na Estrada do Horto, que liga São Leopoldo a Sapucaia do Sul.

"Não sabemos o que pode ter acontecido. Acredito que ela possa ter se desorganizado e se perdido. Ela estava bastante desmotivada, estudando há uns quatro anos para concursos que não davam certo. Por isso, estava fazendo tratamento para depressão", relata Érica. "Ela é muito decidida. Para a semana seguinte ao desaparecimento, tinha deixado marcadas visitas, na terça e na quinta, em dois locais onde gostaria de fazer a prática jurídica."

Além disso, conforme a familiares, Alessandra não vinha apresentando nenhum comportamento anormal nos dias que antecederam o desaparecimento. Namorado da jovem há oito anos, Guilherme Zagonel, 28, estava em viagem pela Espanha com a família quando Alessandra sumiu. "Nos falamos naquele dia pela manhã e ela estava normal, disse que estava com saudades", recorda.

Numa rotina de incertezas, expectativa e procura, a família não perde a fé em encontrar Alessandra viva. "Passa de tudo pela nossa cabeça. A cada dia acordamos com a esperança de encontrá-la e vamos dormir com dor no coração. A família toda está muito mobilizada, cada um ajudando da forma que pode, seja nas buscas ou em oração", relata Érica. Os pais da jovem, Eduardo Roni e Ivete Stella Dellatorre, contam com apoio psicológico para suportar a ausência da única filha. "Meu irmão e minha cunhada estão muito abalados. Comem porque têm que comer, trocam de roupa porque está frio, deitam porque o corpo necessita."

Trotes e extorsão

Além do trabalho investigativo e de buscas, feito pela Polícia Civil e pelo Corpo de Bombeiros, a procura por Alessandra conta com mobilização dos parentes e amigos. Cartazes com a foto da jovem estão espalhados por diversas cidades da região, e a família ainda disponibiliza um telefone para contato direto.

Segundo Érica, toda a informação que chega aos familiares é verificada e repassada à Polícia. Por meio desses canais, por exemplo, chegaram informações de que Alessandra pudesse estar em Canoas, na Região Metropolitana, e em Araranguá, em Santa Catarina. Ambas as possibilidades foram checadas, sem que fossem encontradas evidências da presença da jovem nesses locais. "Já sofremos tentativas de extorsão e até trotes, de pessoas que brincam com a situação", lamenta.

Buscas pela mata

Alessandra está desaparecida desde as 14h30 do sábado de 16 de julho. Desde as primeiras horas da confirmação do desaparecimento, Polícia Civil, Brigada Militar, Exército, Corpo de Bombeiros, familiares e moradores fazem buscas pela advogada. O trabalho intenso na primeira semana, que se concentrou na área de mata no limite entre São Leopoldo e Sapucaia do Sul, contou com o apoio de cães farejadores e helicópteros.

Sozinhos, os pais também fizeram incursões pela área de matagal. No início deste mês, equipes voltaram ao local para mais uma varredura na mata, mas não encontraram nenhum vestígio da jovem.

Responsável pela investigação do caso, o delegado titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) do município, André Serrão, diz que só falará ao final das investigações, que seguem em sigilo, segundo ele, "para a Polícia conseguir trabalhar tranquila". Em uma de suas últimas entrevistas à imprensa, ainda no mês passado, o delegado disse que acreditava que Alessandra estivesse viva, mas em outra região, desorientada.

Recompensa e contato

Os pais de Alessandra chegaram a oferecer uma recompensa de R$ 15 mil a quem a entregasse viva à família. Imagens de câmeras de segurança do bairro flagraram parte do trajeto de Alessandra e são analisadas pela Polícia. Ela vestia calça preta, moletom preto e estava com o cabelo preso. Informações sobre o paradeiro da advogada podem ser repassadas à Polícia Civil pelo telefone 0800-642-0121 ou à Brigada Militar pelo 190. A família de Alessandra também divulga um contato exclusivo para receber notícias sobre o sumiço dela, por meio do telefone (51) 99771-5838.

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Encontrou erro? Avise a redação.
Publicidade
Matérias relacionadas
Botão de Assistente virtual