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Notícias | Região PEGOU 15 ANOS

Presidiário é condenado por tentar matar três brigadianos em Novo Hamburgo

Júri desta quinta-feira teve segurança reforçada no fórum pela suspeita de que facção rival tentaria executar o réu

Por Silvio Milani
Publicado em: 19.08.2022 às 07:40 Última atualização: 19.08.2022 às 07:58

O presidiário Matheus dos Santos da Silva, o Facão, 25 anos, foi condenado nesta quinta-feira por tentar matar três brigadianos em Novo Hamburgo na noite de 27 de fevereiro de 2017. Pegou 15 anos e dez meses de reclusão no regime fechado. Em razão da periculosidade do réu, que responde por nove homicídios e roubos no Vale do Sinos, a segurança foi reforçada no fórum.

Um criminoso foi morto na Ruas São Fernando, no Guarani
Um criminoso foi morto na Ruas São Fernando, no Guarani Foto: Arquivo/GES

O júri começou às 13 horas e foi até as 19h45, quando a juíza da 1ª Vara Criminal de Novo Hamburgo, Angela Dumerque, leu a sentença. E Matheus voltou ao presídio, sob escolta da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). A Brigada Militar deu apoio à vigilância no fórum. Havia informação de que rivais tentariam executar o réu, apontado como membro da facção Bala na Cara.

"Pelado de arma em punho"

Os três soldados vítimas foram ouvidos durante o júri. Como já haviam feito nas audiências de instrução, apontaram o réu como um dos homens que atiraram contra eles. Conforme descrição dos policiais e testemunhas, Matheus estava "pelado" na rua, com uma arma em punho, naquela noite. O promotor Robson Jonas Barreiro pediu a condenação. Matheus foi assistido pela Defensoria Pública, que deve recorrer da condenação.

Comparsa foi morto ao tentar roubar viatura

Foi uma noite de terror nos bairros Guarani e Operário, em Novo Hamburgo, onde membros da facção Bala na Cara teriam buscado refúgio após conflitos com mortes em São Leopoldo, principalmente na Vicentina. Era Manos contra Bala na Cara. Por volta das 21h30, a casa onde estavam Matheus e o comparsa Eduardo Gutierres Souza da Silveira, 29, foi atacada por rivais. Matheus, que estava no banho, saiu sem roupa com uma espingarda. Eduardo também foi à rua armado.

O confronto começou na Rua Men de Sá, no Operário, onde dois foram baleados. Avisada do tiroteio, que deixou moradores em pânico, a Brigada foi ao local. Na Rua Capitão Montanha, no Guarani, Matheus e Eduardo tentaram roubar uma viatura discreta da BM. Os três policiais que estavam no veículo reagiram e houve novo tiroteio. Eduardo foi baleado e morto. Uma soldado foi alvejada sem gravidade. Matheus conseguiu escapar, mas acabou preso no mês seguinte após violento assalto em Estância Velha.

Execução no hospital foi o auge da matança

Execução no leito hospitalar foi a sequência da guerra
Execução no leito hospitalar foi a sequência da guerra Foto: Arquivo/GES
O criminoso Wellington Jean Brito Bandeira, 19, um dos baleados no Operário, foi executado no Hospital Municipal de Novo Hamburgo na manhã de 2 de março de 2017. Dois homens invadiram o quarto onde ele se recuperava e acertaram 15 tiros no paciente. A matança parecia não ter fim, mas o alarde causado pelo assassinato em leito hospitalar acendeu o alerta das quadrilhas.

Com a repercussão e aumento do policiamento por causa dos conflitos, os negócios do tráfico começaram a ser prejudicados. Conforme investigações policiais, Manos e Bala na Cara decidiram firmar uma trégua com o respeito ao território de cada facção. Restaram oito denunciados em outro processo que tramita na 1ª Vara Criminal de Novo Hamburgo.

Conflitos retomados com a quebra do pacto

O pacto teria sido quebrado em abril deste ano por traficante ligado aos Manos, com base no bairro Roselândia, em Novo Hamburgo. Recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), tentou tomar a Vila Cruzeiro, na Capital, que é dos Bala na Cara.

A reação dos porto-alegrenses começou no último dia 6, com a ordem de atacar "biqueiras" (pontos de tráfico) no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, que resultou em seis mortes e pelo menos sete feridos na área em três dias.

O policiamento ainda está reforçado na região para conter novos conflitos.

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