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Notícias | Região VIDA E SAÚDE

Curso gratuito ensina tabagistas a pararem de fumar em cinco dias

Atividade, que já atendeu mais de mil pessoas, começa na próxima segunda-feira (29) e vai até dia 2 de setembro

Por Júlia Taube
Publicado em: 25.08.2022 às 17:10

O dia 29 de agosto é reconhecido nacionalmente por ser o Dia de Combate ao Fumo e, para marcar a data, o curso Cinco Dias para Ser Livre está com as inscrições abertas para mais uma edição. Voltadas para fumantes, as aulas são gratuitas e começam na próxima segunda-feira (29), em Novo Hamburgo. Ministrado pelo terapeuta familiar, Roman Oresko, o curso ocorrerá no auditório do Espaço Vida e Saúde (Rua Confraternização, 479, bairro Pátria Nova), às 19 horas, e seguirá até o dia 2 de setembro.


Organizada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia de Novo Hamburgo, a atividade existe há 13 anos e tem a intenção de auxiliar pessoas com vício no tabagismo a pararem de fumar. De acordo com o organizador do workshop, Noriel Kirsch, desde de que a atividade existe, já atendeu mais de mil alunos. 

O comerciante Cláudio Souza, 61, e o vendedor Clóvis Gomes, 64, estão entre os atendidos. Ambos se conheceram na terceira edição do evento, em 2011, e desde então mantêm uma amizade muito especial. Os dois, que hoje são ex-fumantes, relatam que foi por meio do curso que abandonaram a dependência.

Fumante desde os 15, Souza conta que a iniciativa de entrar no curso foi um presente que ele próprio se deu de aniversário ao completar 50 anos. Em busca de uma melhor qualidade de vida, ele conta que o desejo em parar de fumar era algo que vinha se tornando recorrente, mas que nunca se concretizava. Foi após conversar com um amigo que havia participado das aulas anos antes que Souza optou por se inscrever no curso.

"Era sexta-feira quando ele me disse que o curso começava na segunda-feira. Eu fiquei com aquilo na cabeça o fim de semana inteiro, pensativo sobre fazer ou não a inscrição. Na segunda-feira, eu liguei para o local", diz. 

O comerciante explica que decidiu ir pensando na boa ação que o amigo tinha feito em avisá-lo. "Tomei um café em casa, me arrumei e fui. Nos dois primeiros dias, eu fui para o curso fumando. Foram os últimos cigarros que fumei até hoje", afirma.

A saúde e os gastos elevados foram cruciais para que Gomes também largasse o vício de mais de 30 anos. Ele conta que, só com a economia do valor gasto com cigarro, conseguiu pagar um consórcio. "Estava me fazendo mal mesmo, eu tinha fadiga e estava ficando deslocado das pessoas."

Assim como Souza, o vendedor também deixou de lado o tabaco no segundo dia de curso. "Eu participei da aula na segunda-feira de noite e na terça-feira de manhã eu fiz o ritual que fazia todos os dias: passei na padaria, pedi seis cuecas viradas, um copo de café. Sentei, tomei meio copo, comi e fumei um cigarro. Quando terminei, eu disse para mim mesmo 'chega de fumar'. Depois disso, nunca mais coloquei cigarro na boca", comemora.

Por que parar de fumar?

Para a médica pneumologista, professora dos cursos de medicina da Universidade Feevale e da Unisinos, e coordenadora dos ambulatórios de DPOC e de Abandono ao Tabagismo da PUC-RS, Cynthia Rocha Dullius, são inúmeros os benefícios que a escolha em parar de fumar pode trazer, independente do tempo de tabagismo. “Além de melhorar a qualidade do ar para quem estava em volta, melhora a capacidade pulmonar da pessoa, a vontade de fazer as coisas, a qualidade de vida em um geral e melhora a tolerância em um exercício”, conta.

Cynthia Rocha Dullius
Cynthia Rocha Dullius Foto: Feevale
Cynthia alerta que, por ser uma droga inalada, quem o consome costuma achar que só poderá acarretar problemas pulmonares. “Existe o risco do câncer de pulmão, o risco do câncer de boca, vários outros cânceres estão ligados ao tabagismo, como o câncer de mama. Existe o risco da gente fazer o acidente vascular encefálico (AVC), existe o risco de enfartar, então, se alguém fuma provavelmente é sedentário, tem tudo para não fazer exercício”, conta. De acordo com ela, a escolha em não ser mais um tabagista é uma redução de risco presente-futuro.

A médica ainda aponta que o fumante é um dependente químico e que, além de ser uma dependência química, é também uma dependência psicológica. Em concordância com a pneumologista, Souza diz que ele considera uma vitória não ser mais dependente do tabaco, principalmente por ter se disposto a concluir o processo. “Não é só o bem-estar físico, o psicológico da gente melhora muito também. Isso tem um peso muito grande, pego essa questão psicológica, a melhora do pulmão e tudo vai se somando. O resultado é a vida que se ganha”, afirma ele.

Como participar

 As inscrições podem ser feitas previamente pelo telefone (51)98126-4709. 

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