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Notícias | Região DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

HPSC lidera notificações para doações de órgãos no Estado

No total foram 34 notificações e 17 doadores entre janeiro e agosto deste ano

Por Juliano Piasentin
Publicado em: 06.09.2022 às 19:44

O Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), é a casa de saúde que mais emitiu notificações sobre doadores de órgãos no Estado em 2022. O levantamento é do Ministério da Saúde, que coordena o Sistema Nacional de Transplantes.

HPSC é referência na doação de órgãos
HPSC é referência na doação de órgãos Foto: Juliano Piasentin/GES-Especial

Os dados correspondem aos oito primeiros meses do ano. No total foram 34 notificações. Ao todo, 17 pessoas se tornaram doadoras. Entre as negativas, seis aconteceram por decisão dos familiares e outras seis por contraindicações médicas.

A coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), Caroline Salim, explica que antes da doação, é feito um processo com os familiares de cada paciente. “Primeiro precisamos identificar a suspeita de morte encefálica.”

Após a confirmação, o protocolo exige que no intervalo de uma hora, dois clínicos gerais diferentes, confirmem o diagnóstico. Em seguida, um exame de imagem precisa ser feito para mostrar que não existe fluxo sanguíneo no cérebro. “Todos profissionais são capacitados e especialistas no diagnóstico de morte encefálica.”

Abordagem

A abordagem, de acordo com Caroline, é feita apenas após o diagnóstico ser confirmado pela equipe médica. “Oferecemos o direito da doação de órgãos à família.” Ela reitera que equipe conta com profissionais multidisciplinares, com médicos, enfermeiros e psicólogos. “Desde o início estamos ao lado da família, para que se sinta acolhida.”

A maior dificuldade conforme a coordenadora, que atua também na coordenação da UTI e da emergência, acontece quando o paciente não se declarou um doador. “Muitas vezes os familiares não sabem que aquela pessoa gostaria que seus órgãos fossem doados.” Por isso, Carolina reforça que o assunto seja debatido. “É muito importante conversar e esclarecer todas as dúvidas. Se uma pessoa for doadora, outras oito podem ser salvas.”

Podem ser doados os dois rins, fígado, coração, dois pulmões, pâncreas, duas córneas e a pele. “Atualmente inclusive vítimas de Covid-19 podem ter seus órgãos doados, restringindo apenas pulmões e córneas.”

Coordenadoras Carolina e Patrícia
Coordenadoras Carolina e Patrícia Foto: Juliano Piasentin/GES-Especial

Tabu

Para a coordenadora de enfermagem da UTI do HPSC, Patrícia Gabbi, a doação de órgãos ainda é considerada um tabu e ela explica. “As pessoas ainda têm muitas dúvidas, principalmente quando se trata do diagnóstico da morte cerebral, ou seja, a morte encefálica.”

Com o objetivo de conscientizar a população, foi instituído o Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado em 27 de setembro. Além disso, durante toda a semana da data, são realizadas palestras para ampliar a discussão sobre o tema.

Discussão que diminuiu com a pandemia, quando, segundo a coordenadora do CIHDOTT, Caroline Salim, foram reduzidos os números de doações de órgãos. “Reduziram inclusive os acidentes, já que não houve muitas mortes por outros motivos além da Covid-19.” Desde 2019, pacientes do HPSC foram responsáveis pela doação de 45 rins, 36 fígados, dez córneas, cinco corações e quatro pulmões. “Nós nunca sabemos para onde vão ou para quem são doados”, reitera Caroline.

Uma equipe da Secretaria Estadual da Saúde (SES) é a responsável por captar os órgãos doados, enquanto isso, os médicos do HPSC mantém os órgãos em funcionamento até a chegada dos captadores. “O mais difícil é o coração, já que precisa ser transplantado em até quatro horas”, relata Patrícia. O HPSC é referência de atendimento para traumas de Canoas e mais 150 municípios.

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