Cocaína enviada pelo PCC é interceptada em Novo Hamburgo
Entrega era para mulher flagrada ao receber encomenda da droga em agosto e solta no dia seguinte
Uma célula do Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do País, sediada em São Paulo, está enviando cocaína por transportadora ao Vale do Sinos. Na tarde desta quarta-feira (5), agentes da 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo interceptaram, na área central da cidade, cinco quilos da droga que seriam entregues a uma moradora de São Leopoldo. É a mesma mulher presa há menos de dois meses, ao receber outra remessa, e solta no dia seguinte, quando já estava em liberdade provisória por tráfico. Por trás dela, há um complexo esquema de financiamento e operação do crime organizado.
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Encomenda de R$ 200 mil
Em duas caixas de papelão lacradas, com nome e endereço da investigada como destino, os agentes constataram que havia cinco pacotes de cocaína, cada um de um quilo, avaliados em R$ 200 mil. As embalagens de plástico hermético guardavam a droga em forma de pó.
O reagente apontou que a substância é de boa qualidade no submundo do tráfico. A rua onde a encomenda foi interceptada não é revelada para não atrapalhar a investigação, que tenta chegar a outros envolvidos. "Desta vez a destinatária não foi encontrada, mas será indiciada também nesse inquérito", comenta Tarcísio.
Filhos pequenos são argumento para liberdade provisória
A remessa de São Paulo era para ser entregue em uma casa na Rua Cora Coralina, bairro Santos Dumont, em São Leopoldo, próximo ao limite com Novo Hamburgo. Na residência simples, que já serviu como bar, mora a mulher de 38 anos com três filhos pequenos. Na frente, ela foi flagrada na tarde de 24 de agosto ao receber embalagem igual, com um quilo de cocaína. Ganhou liberdade no dia seguinte em audiência de custódia no Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), em Porto Alegre. O principal argumento para a soltura, apesar dos antecedentes por tráfico, é que precisa cuidar das crianças, que viram a mãe ser algemada.
Ela já estava em liberdade provisória. Tinha sido presa por tráfico pela última vez na tarde de 11 de outubro de 2019 no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, onde morava. Quatro dias depois, foi solta pela 2ª Vara Criminal da cidade, onde o processo ainda não foi julgado. Ela tem dois indiciamentos anteriores, também por tráfico, em Novo Hamburgo.
Escrava do tráfico
A mulher, em situação de vulnerabilidade social, não consegue trabalho por causa dos antecedentes criminais. O marido, pai de uma das crianças, está preso por tráfico. Era o gerente da "biqueira" em um beco perto da casa. As investigações apontam que ela se vê obrigada a seguir com a droga em razão do meio onde vive e por sobrevivência. A Polícia tenta descobrir quem é o verdadeiro dono da cocaína. A forma como as remessas são pagas também é apurada.