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Fórum Ser Educação entrevista Felipe Buniac

Reconhecido por nove prêmios de inovação, o jovem empreendedor é um dos palestrantes do Fórum Ser Educação que ocorre durante a Mostratec 2022

Publicado em: 20.10.2022 às 13:40 Última atualização: 20.10.2022 às 14:28

Formado em Engenharia da Computação pelo Insper, Felipe Buniac será um dos palestrantes do Fórum Ser Educação, que ocorre no dia 26 de outubro na Fenac, em Novo Hamburgo, durante a programação da Mostratec 2022. Promovido pelo Grupo Sinos com apoio da Sicredi Pioneira, o Fórum contará também com as palestras dos especialistas em educação e inovação Thiago Safadi e Rodrigo Koetz. Para participar, basta se inscrever gratuitamente aqui

Felipe Buniac
Felipe Buniac Foto: Divulgação

Felipe Buniac tem nove premiações de inovação, sendo cinco internacionais. Aos 17 anos, desenvolveu seu primeiro programa de computador, um software de Criptografia. Com veia empreendedora, ele sempre atuou em startups. Inicialmente, trabalhou como desenvolvedor durante seu estágio, depois fundou sua própria empresa, a Melon Innovation. Em 2019, entrou para o time fundador da Bro Consórcios - junto com fundadores da 99 Táxi e do iFood - e atuou em Growth. Em 2020, ingressou na Conta Simples como Head de Growth, onde se tornou sócio, foi promovido para Head de Marketing e depois migrou para atuar na área de produto

Confira, a seguir, a entrevista completa

Como você avalia o cenário da educação no que diz respeito às práticas inovadoras?
Enxergo que a inovação no cenário da educação brasileira vem se desenvolvendo em um ritmo desacelerado comparada a países como os Estados Unidos, principalmente quando falamos de atividades extracurriculares. Com o avanço da tecnologia, a introdução de práticas inovadoras se torna necessária no dia a dia das escolas. Para que isso seja possível, é necessário que exista, além de uma capacitação de docentes, o esforço das escolas de introduzirem práticas de inovação em sua grade curricular e extracurricular. A educação empreendedora incentiva a formação de competências e habilidades, como protagonismo, proatividade e autogestão, que muitas vezes não têm espaço nos modelos tradicionais de ensino. Essas habilidades não podem ser adquiridas por práticas de ensino meramente conteudistas. É preciso que os alunos sejam estimulados através de desafios, projetos e resoluções de problemas reais, buscando a implantação nos currículos escolares de disciplinas de empreendedorismo através de metodologias em que o aluno esteja no centro do processo de aprendizagem e seja, efetivamente, estimulado a executar atividades com criatividade e autonomia.

Como o empreendedorismo pode ser incluído na rotina escolar?
Inserir o empreendedorismo no currículo escolar em uma perspectiva multidisciplinar contribui com o desenvolvimento e a formação de futuros profissionais. O ensino do empreendedorismo vai além da criação de empresas, ele estimula estudantes a detectarem problemas do cotidiano e evoluírem a habilidade de resolução de desafios, criando soluções, não só em âmbito político, social, cultural, ambiental, mas também no mundo dos negócios. Para introduzir o empreendedorismo na rotina escolar, a escola deve proporcionar atividades baseadas em projetos que proporcionem a oportunidade de administrar um negócio, ainda que fictício, além disso deve tratar toda matéria no âmbito prático, fugindo de matérias puramente teóricas. Existe a possibilidade de estimular aprendizados diferentes através da gamificação de conteúdos. Outra forma de fomentar o empreendedorismo é trazer pessoas que empreendem para contar aos estudantes suas histórias e detalhes sobre um contexto que, um dia, o aluno estará inserido. Isso ajuda a modelar o pensamento crítico e tangibilizar o que são empreendedores e empreendedoras no dia a dia.

Porque ainda existe uma certa barreira em incluir temas como esse na educação convencional?
Não vejo como uma barreira, mas sim uma dificuldade de sair do método tradicional e evoluir para um método novo que inclui temas de empreendedorismo. Por se tratar de um tema novo, muitos professores podem não ter conhecimento sobre o assunto, o que dificulta a disseminação deste. Existe um tempo entre capacitar professores, mudar grades curriculares e adicionar métodos de inovação e empreendedorismo no ensino. Creio que nos próximos anos essa evolução será mais rápida.

A partir de que idade você considera adequado apresentar esse tema para as crianças?
O empreendedorismo pode ser trabalhado com alunos e alunas de todas as idades, com níveis de complexidade adequados para cada fase escolar. Na minha visão, o melhor momento para introduzir este tipo de conteúdo é a partir do primeiro ano do Ensino Médio, com a idade mais avançada dos estudantes esses temas são mais efetivos e devem aparecer com mais frequência.

Como podemos incentivar uma postura empreendedora na educação?
A postura empreendedora pode ser incentivada de diversas formas na educação. Nas diferentes atividades dentro da escola, os alunos e alunas devem realizar trabalhos baseados em projetos, dando a oportunidade de serem engenhosos e criativos, tornando o empreendedorismo algo mais tangível no seu dia a dia. Além dos métodos convencionais de inserir a resolução de problemas em diferentes disciplinas, existem formas de inserir o empreendedorismo de formas variadas no dia a dia dos estudantes. Desafios como Hackathons, feiras de ciência, mentorias com outras pessoas que empreendem, semana do empreendedorismo - levar empreendedores(as) para a sala de aula e realizar dinâmicas e atividades relacionadas ao dia a dia do negócio - são soluções diferentes que podem ser implementadas.

Como a pesquisa ajuda no processo de apresentar essa realidade aos estudantes?
A pesquisa é muito importante quando falamos de inovação e empreendedorismo. Esse é um modelo que além de ensinar a metodologia científica para estudantes, é uma porta de entrada para criação de novos negócios e a busca incessante por resolver problemas do mundo. Além da entrega dos trabalhos, existem as feiras de ciência que são importantes para estimular a competição e dar visibilidade aos trabalhos ao redor do mundo. Nelas os estudantes têm a oportunidade de testar e compartilhar os seus conhecimentos em um universo mais amplo. Muitos alunos acabam seguindo carreiras e aprendendo sobre mercados importantes através de suas pesquisas, esse foi o meu caso com a programação e a carreira de Engenharia da Computação.

Qual o futuro da educação?
Com a evolução da tecnologia, podemos esperar algumas tendências da educação. Esperamos uma educação mais globalizada, alunos podem estudar em países diferentes sem saírem de suas casas. O consumo de cursos online será expressivo, tendo em vista que houve um crescimento exponencial de material de alta qualidade online nos últimos anos. O mundo das startups também ajuda a pensar em uma educação mais focada na aprendizagem baseada em problemas, introduzindo aos estudantes problemas do mundo real. E, por fim, enxergo que a educação será mais flexível e personalizada para as vocações dos alunos e alunas, saindo da escola já podendo se especializar em temas de seus interesses, desenvolvendo de forma bem mais clara a capacidade de identificar problemas e desenvolver soluções viáveis em nichos específicos.

Saiba Mais

O quê: Fórum Ser Educação - Inovação e Empreendedorismo nas Escolas
Quando: 26 de outubro, das 13h30 às 18 horas
Onde: Na Fenac, junto à Mostratec 2022
Palestrantes: Thiago Safadi, Rodrigo Koetz e Felipe Buniac
Inscrições: gratuitas pelo site mostratec.com.br/siet
Apoio: Sicredi Pioneira
Realização: Grupo Sinos

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