Faltas a consultas causam transtornos a pacientes e prejuízos às prefeituras
Prática é recorrente em cidades da região. Municípios tentam sensibilizar população
Marcar uma consulta médica e não comparecer é algo mais comum do que se imagina e essa realidade se repete nos setores de marcação de exames. Em Novo Hamburgo, dados da Secretaria de Saúde, referentes às faltas no mês de outubro, mostram que mais de 45 mil pessoas fizeram agendamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e 3,6 mil não compareceram à consulta no clínico geral. Já as consultas com especialistas somaram 10.728 e 544 pacientes faltaram. "O Município tem em média 40 mil atendimentos médicos mensais na atenção básica de saúde, somando as 25 unidades, das quais cerca de 3,5 mil consultas não são realizadas no mês por ausência do paciente, um percentual de 8,7% de falta não justificada", conta o secretário de Saúde de Novo Hamburgo, Marcelo Reidel.
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Ainda conforme Caren, sempre que o paciente tiver algum imprevisto que o impossibilite de comparecer ao médico, o ideal é cancelar a consulta com antecedência. "Pelo menos 24 horas de antecedência, assim dá tempo para que outro paciente em fila de espera seja chamado", reforça a Caren.
Consequências
Engana-se quem pensa que não existem consequências graves quando se falta a uma consulta ou exame agendado pelo SUS. "Além do financeiro, há transtornos principalmente para pacientes que poderiam ter sido atendidos e não foram e até mesmo do próprio paciente que faltou, pois na maioria das vezes eles remarcam a consulta", salienta Reidel.
Segundo Caren, muitos médicos se deslocam de outra cidade e isso tudo gera custo para a saúde. "Existe um horário que deixou de ser atendido, mas o médico está lá, ele compareceu e será pago pelo horário. Por isso, caso o paciente realmente não consiga ir, deve ligar e avisar um dia antes, para encaixarmos outro paciente."
Ações buscam conscientizar
As prefeituras trabalham para conscientizar a população sobre o assunto e para isso ações foram criadas para tentar diminuir o número de faltas no mês. Em São Sebastião do Caí, o "Faltômetro", nome usado para os dados divulgados à população, é estratégia para reduzir as faltas.
"Após divulgarmos, tivemos uma pequena redução no número de faltas, que passou de 341 para 242, mas ainda é muito alto", analisa a secretária de Saúde, de São Sebastião do Caí, Neiva Santos.
Em Vale Real, a mesma iniciativa foi adotada a fim de conseguir mostrar que não é apenas uma falta no mês, mas sim várias. "Esperamos que com os números a população se solidarize e colabore para melhorar os atendimentos. Nossa ideia é gerar os dados semestralmente", declara Caren.
Campo Bom criou a campanha Saúde Sem Falta, desde 2019, iniciativa da primeira-dama Kátia Orsi, por meio da Secretaria de Saúde. "São distribuídos panfletos sobre o tema, promoção de diálogo com a comunidade nas unidades de saúde. Além disso, a cada agendamento é feita a entrega de um lembrete do dia da consulta, com todos os contatos para remarcação com antecedência se for necessário", explica o prefeito Luciano Orsi.
A secretária de Saúde de Taquara, Mariane Farias da Silva, diz que o município está implantando o envio de mensagem pelo WhatsApp avisando a data da consulta. "Sempre pedimos que o paciente avise caso não possa comparecer. A falta contribui para o aumento das filas de espera", salienta Mariane.
Municípios como Novo Hamburgo, Estância Velha, Ivoti, Dois Irmãos, Sapiranga e Parobé também tentam conscientizar a população e costumam divulgar o número de faltas a cada mês.