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Notícias | Região SÃO LEOPOLDO

Caso de injúria racial contra professor motiva atos antirracismo em escola

Professor foi ofendido por dois adolescentes durante aula de Artes na Escola Estadual de Ensino Médio Cristo Rei; caso aconteceu em outubro

Por Priscila Carvalho
Publicado em: 18.11.2022 às 03:00 Última atualização: 18.11.2022 às 11:02

Um caso de injúria racial em uma escola da rede pública motivou a organização de dois atos contra o racismo, que devem ocorrer hoje em São Leopoldo. O fato aconteceu em 17 de outubro, na Escola Estadual de Ensino Médio Cristo Rei, no bairro de mesmo nome.

Durante uma aula da disciplina de Artes, o professor Lucas Braga foi ofendido por dois adolescentes, alunos do Ensino Médio. Conforme o educador, ele estava passando uma atividade sobre cordel, literatura popular do Nordeste.

Foi quando dois alunos o insultaram na frente de toda turma. "Me chamaram de 'negro nojento', pelo fato de eu ser nordestino, e disseram que tinham nojo dessa gente", lamentou o professor. "Nunca tinha passado por isso", disse ele, emocionado com a situação. Ele registrou Boletim de Ocorrência na Polícia Civil.

Conforme a direção da escola, os alunos e seus pais foram chamados para uma conversa, atendidos individualmente e convidados a se retratar com o professor. "Nós, como escola, repudiamos qualquer tipo de atitude preconceituosa, racista, homofóbica, discriminatória de gênero e qualquer ato que não seja respeitoso", disse a diretora, Andreia Prestes.

Um dos alunos também foi levado à outra escola. "O nosso Projeto Valores tem como principal objeto e foco o respeito. Somos escola, sempre prontos a construir cidadãos melhores em todos os sentidos", acrescentou a diretora.

Primeiro ato silencioso, depois cultural

Para contribuir na conscientização sobre o tema, entidades prepararam ações para esta sexta-feira, em frente a escola. Às 11 horas, deve ocorrer um ato silencioso, onde os participantes levarão cartazes e faixas. Já às 17 horas, acontece um ato cultural, com falas de pessoas, autoridades, representantes das instituições do movimento de enfrentamento ao racismo.

“Não podemos viver numa sociedade onde as pessoas são desrespeitadas pela sua cor. Lutamos por uma sociedade mais justa, democrática, o combate ao racismo é esforço urgente e consistente no reconhecimento de suas implicações e pela busca de sua superação”, disse a coordenadora da União Brasileira de Mulheres no município e representante do movimento também no Estado, Salete Souza.

“Acho importante a sociedade estar mobilizada para combater o racismo, que está institucionalizado nos espaços e a gente não pode mais aceitar isso.” Cerca de 30 instituições fazem parte da organização do evento.

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