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Notícias | Região CRIME ORGANIZADO

Facção aluga casa em Estância Velha para fabricar cocaína

Morador de Novo Hamburgo responsável pelo laboratório foi preso com 176 quilos da droga, avaliados em R$ 2 milhões

Por Silvio Milani
Publicado em: 18.11.2022 às 21:49 Última atualização: 18.11.2022 às 22:05

A maior facção criminosa do Estado, sediada no Vale do Sinos, organizou sofisticada estrutura de produção de cocaína em uma casa de classe média na área central de Estância Velha. A matéria- prima vinha da Bolívia, Colômbia, Equador ou Peru, enquanto insumos químicos eram importados da China. Na tarde desta quinta-feira (17), a Polícia Civil fechou a fábrica. Apreendeu 176 quilos da droga, avaliados em R$ 2 milhões, e prendeu o responsável pelo laboratório. É um morador de Novo Hamburgo de 31 anos com vários antecedentes criminais.

Segundo o delegado Gabriel Borges, do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), o imóvel foi alugado pela facção para servir de laboratório de refino de cocaína. "Uma casa bem localizada e com boa estrutura usada só para isso. Não tinha moradores", comenta Borges. O terreno é cercado por grades e câmeras de monitoramento. A ida frequente de um homem levantou suspeita e deu início à investigação, há 20 dias. Na última terça-feira (15), o hamburguense passou a ser monitorado.

Fundo falso

"Químico" levava cinco quilos em fundo falso de HB20
"Químico" levava cinco quilos em fundo falso de HB20 Foto: Polícia Civil
O investigado foi abordado quando saía da casa em um HB20. Os policiais desconfiaram que havia fundo falso no painel. Tiraram a central multimídia e começaram a puxar, lá de dentro, embalagens plásticas. Eram cinco, com seis quilos de cocaína. Na residência, havia mais 170 quilos da droga e substâncias como codeína (analgésico derivado do ópio), tetracaína e cafeína (anestésicos). A maior parte estava em um quarto, condicionada em oito tonéis de papelão de 25 litros cada. O HB20, que não é roubado e tem placas de Novo Hamburgo, também foi recolhido.

Especialista no refino e multiplicação


O preso seria funcionário antigo da facção na produção de cocaína. Cada quilo da droga pura ele transformava em cinco ao misturar com as substâncias apreendidas. Segundo o delegado, o "químico" da quadrilha, que já tinha antecedentes por porte ilegal de arma e roubos, foi indiciado por tráfico. "Ele não é um profissional com diploma, mas tem amplo conhecimento na área", observa Borges.

A investigação apurou que, em uma semana, o hamburguense conseguia produzir 30 quilos da droga. O principal mercado era o Vale do Sinos, mas havia encomendas também para outras regiões do Estado. "A investigação prossegue para identificar e responsabilizar os demais membros da organização criminosa", acrescenta.

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