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Notícias | Região DIA DE CAOS

Ameaça de bomba altera rotina em Nova Santa Rita

Trânsito nas BRs-386 e 448 foi interrompido para ação do Bope, causando congestionamentos; moradores da região narram o que viram

Por Cristiano Abreu e Taís Forgearin
Publicado em: 06.12.2022 às 21:56 Última atualização: 06.12.2022 às 22:12

Quem viu o operador de máquinas Jacir Lima, 55 anos, regando tranquilamente uma plantação de couves no quintal de casa, pouco antes das 18h30 desta terça-feira (6), não seria capaz de descrever o cenário de caos que se instalou horas antes diante do portão dele. A poucos metros da moradia, que fica praticamente debaixo da ponte que cruza o Rio dos Sinos, no limite entre Canoas e Nova Santa Rita, uma ameaça de bomba mobilizou forças de segurança e interrompeu o trânsito de duas rodovias federais por mais de uma hora.

Circulação de veículos na região só foi normalizada no fim do dia
Circulação de veículos na região só foi normalizada no fim do dia Foto: Cristiano Abreu/GES-Especial

Um artefato metálico foi deixado junto de um dos pilares da ponte da BR-386, no km 439. Por volta das 16h30, a Defesa Civil de Nova Santa Rita informou que atendia uma ocorrência no bairro Berto Círio envolvendo um suposto explosivo. Pouco depois, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a CCR Via Sul, concessionária da rodovia, bloquearam o trânsito na região. Na sequência, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Brigada Militar foi acionado. Os homens do Bope isolaram a área, removeram o objeto e procederam a detonação em uma área de mato às margens do rio.

Segundo o comando do batalhão, as características do material não indicavam potencial explosivo. O procedimento é executado, conforme o Bope, de forma padrão, visando a segurança coletiva.

Jacir Lima estava no trabalho no momento da ação do Bope
Jacir Lima estava no trabalho no momento da ação do Bope Foto: Cristiano Abreu/GES-Especial

Congestionamentos

Pouca gente viu a operação que se desenrolou sob a ponte. Contudo, seus efeitos foram sentidos quilômetros adiante. Uma vez que o entroncamento da BR-386 com a BR-448, a ponte e as ruas do entorno foram totalmente fechadas, longas filas de veículos se formaram num raio de aproximadamente 5 quilômetros. Nem rotas alternativas resolveram a vida de quem tinha pressa de ir ou vir. O motorista de ônibus Vendelino Gattermann, 65 anos, desviou o caminho pela rua Berto Círio na tentativa de buscar a tempo os trabalhadores de uma empresa em Nova Santa Rita, mas, sequer conseguiu sair de Canoas. “Tinha que estar na empresa até 17h40, tentei um desvio, mas fiquei trancado. Não vou conseguir chegar a tempo”, lamentou o profissional.

Mesmo quem tentou usar rotas alternativas como a Berto Círio ficou preso no congestionamento
Mesmo quem tentou usar rotas alternativas como a Berto Círio ficou preso no congestionamento Foto: Taís Forgearini/GES-Especial

Parados ao sol, muitos motoristas buscavam informações sobre a causa do congestionamento. Ao cruzar o local antes isolado, já quase sem a mobilização policial, olhares curiosos e perguntas aos agentes da PRF partindo de dentro dos veículos eram comuns.

A passagem dos veículos só foi liberada depois das 17 horas. Apesar disso, os transtornos ainda podiam ser sentidos por volta das 19 horas.

A única memória é o som

Mesmo morando na frente do local em que o suposto explosivo foi detonado, Jacir Lima não viu toda a mobilização. O operador de máquinas conta que estava no trabalho à tarde e já não havia mais nenhum bloqueio ou vestígio da tal bomba quando chegou em casa. “Moro aqui há 12 anos e nunca aconteceu algo parecido. O som da detonação foi alto, escutei do meu trabalho que fica a cerca de um quilômetro daqui”, revelou o pacato morador do município, enquanto cuidava de sua horta caseira junto de três cães e um gato que abriga, como se nada de anormal tivesse acontecido.

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