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Notícias | Região OPERAÇÃO CÁRITAS

Ex-secretário de Turismo de Canela é um dos presos em investigação a contratos que chegam a R$ 2,8 milhões

Nova fase da operação é concentrada na Secretaria de Turismo, com mais de 218 medidas judiciais cumpridas; um empresário também foi preso e três servidores públicos, afastados

Por Redação
Publicado em: 14.12.2022 às 08:57 Última atualização: 14.12.2022 às 09:50

Uma nova fase da Operação Cáritas foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (14). Nesta décima fase, a Polícia Civil concentra as investigações na Secretaria de Turismo de Canela, por suspeita de corrupção e irregularidades em contratos que chegam a R$ 2,8 milhões. Ao todo, 90 policiais participaram da operação, realizada principalmente em Canela, mas também em Porto Alegre, Marau e Tijucas, em Santa Catarina.

Medidas judiciais foram cumpridas, na manhã desta quarta-feira (14)
Medidas judiciais foram cumpridas, na manhã desta quarta-feira (14) Foto: Polícia Civil
Foram cumpridas 218 medidas judiciais, com a prisão preventiva do ex-secretário de Turismo de Canela, Ângelo Sanches, e de um empresário do ramo de eventos.

Na ação também foram cumpridas buscas em 29 endereços, sendo 26 deles em Canela, incluindo prédios públicos, como a Prefeitura e a Secretaria de Turismo, além de empresas e residências na cidade. Cinco veículos, avaliados em R$ 500 mil, foram apreendidos pela Polícia Civil. Houve, ainda, a quebra de sigilo de dez contas bancárias e o montante está sendo contabilizado.

Dois imóveis em Canela foram sequestrados pela Polícia Civil, tornando-se indisponíveis. Um deles se trata de um apartamento avaliado em mais de R$ 1 milhão, localizado na Rua Dona Carlinda, no Centro da cidade. O outro, uma casa, avaliada também em mais de R$ 1 milhão. Os dois imóveis, segundo investigação policial, pertencem a um ex-agente público anteriormente lotado na Secretaria de Turismo de Canela, tendo sido adquirido ilicitamente.

A investigação da Civil, iniciada em novembro do ano passado, apura a participação de 48 pessoas, sendo 27 físicas e 21 jurídicas, entre servidores com cargos de confiança (CCs), empresas e empresários do ramo de turismo e eventos. Foram apuradas possíveis irregularidades em pagamentos e contratos que somam cerca de R$ 2,8 milhões. Conforme a Polícia, 22 pessoas (físicas e jurídicas) estão proibidas de contratar com o poder público canelense pelo período de um ano, todas elas ligadas ao ramo de turismo e eventos.

A ação é coordenada pelo delegado Vladimir Medeiros, titular da Delegacia de Polícia de Canela e responsável pela Operação Caritas. De acordo com ele, a organização criminosa instalada na Secretaria de Turismo realizava contratações de empresas por inexigibilidade de licitações, as quais, após receberem os valores pagos pela Prefeitura, repassavam parte da quantia a agentes e servidores públicos da própria pasta.

"A investigação policial apurou, inclusive, pagamentos feitos diretamente na conta dos investigados ou aquisição de bens, como imóvel e veículo, por parte dos empresários contratados pelo Executivo para a realização de eventos na cidade. A Polícia Civil verificou, ainda, esquema ilegal em que empresários da região patrocinavam eventos e reformas em prédios públicos de Canela, realizando os pagamentos, no entanto, em contas particulares ou das empresas de sócios ocultos ou servidores, de modo a dificultar a fiscalização e controle sobre dos valores", esclarece o delegado.

Defesa

O advogado do ex-secretário, Ricardo Cantergi, afirma está buscando entender os motivos da prisão. "Estou recém me habilitando nesta nova fase da Operação Cáritas para entender os motivos da prisão de alguém que já saiu na Secretaria de Turismo há mais de um ano. Está longe da Prefeitura e de tudo", afirma. 

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