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Notícias | Região SAPUCAIA DO SUL

Sequestro de pastor completa dois anos e família pede por justiça

Morador de Sapucaia do Sul, Leomar Machado, 54 anos, foi arrebatado de dentro de casa por dois homens na noite de 20 de dezembro de 2020

Por Renata Strapazzon
Publicado em: 21.12.2022 às 11:07 Última atualização: 21.12.2022 às 11:09

Há dois anos, a família do pastor Leomar Machado convive com a angústia de não saber o paradeiro dele nem o que de fato aconteceu, a partir da noite do dia 20 de dezembro de 2020. Na data, o morador de Sapucaia do Sul, de 54 anos, foi retirado de dentro de casa, na Vila Feliz, por homens armados. O sequestro foi presenciado por uma criança de 11 anos, que estava na residência da vítima no momento da invasão dos criminosos, e que nada sofreu. Dois dias depois do rapto, a moradia do pastor foi completamente destruída por um incêndio.

Pastor Leomar Machado, 54 anos, foi retirado de dentro de casa, na Vila Feliz, em Sapucaia do Sul, por homens armados
Pastor Leomar Machado, 54 anos, foi retirado de dentro de casa, na Vila Feliz, em Sapucaia do Sul, por homens armados Foto: Reprodução/Facebook

Desde as primeiras investigações, a Polícia trabalhava com duas principais linhas. Uma delas era uma possível represália de traficantes que atuam na região onde a vítima morava, após uma grande apreensão de drogas, pela Brigada Militar, um dia antes do sequestro, por haver a desconfiança de que a vítima teria feito a denúncia à Polícia.

Outra hipótese era a da disputa por terras, uma vez que Machado lutava para regularizar terrenos na Vila Feliz e que estariam sendo visados por traficantes. Em fevereiro de 2021, três homens foram indiciados pelo crime no inquérito presidido pelo então delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP) da cidade, Gabriel Borges.

As três pessoas apontadas como envolvidas no crime respondem por sequestro e cárcere privado. Elas não foram indiciadas por homicídio por falta de provas materiais. Um dos indiciados, considerado pela Polícia como mandante do crime, era líder de uma organização criminosa e se encontrava recolhido no sistema prisional. Os outros dois indiciados foram apontados como os executores, responsáveis pelo arrebatamento da vítima de dentro de casa e possível homicídio.

Um quarto suspeito, que teria ficado no interior do veículo no momento do sequestro, não foi identificado pelos policiais. Até o início deste ano, pelo menos dois dos indiciados seguiam presos na Penitenciária Estadual do Jacuí e um estava solto.

Desde a data do crime, pelo menos outros dois delegados assumiram a 1ª DP de Sapucaia do Sul. A reportagem tentou contato com o atual titular da distrital, o delegado Ancelmo Carvalho Camargo, mas não obteve retorno. Também o Ministério Público foi contatado, sem sucesso, para a confirmação do andamento do processo e se os indiciados permaneciam presos.

Irmã do pastor, Valdirene Machado, diz não desistir da busca por justiça. Apesar de tanto tempo sem respostas, ela crê que o irmão ainda possa estar vivo. “Até me mostrarem o corpo, eu vou seguir insistindo e acreditando que ele está vivo”, afirma. Morando na Fronteira, onde cuida do pai, de 86 anos, Valdirene faz questão de manter viva a lembrança do caso, fazendo postagens nas redes sociais e em grupos de Sapucaia do Sul. “Vou seguir lutando para que a justiça seja feita, contatando a Polícia, seguindo nas buscas. Não vou desistir”, frisa.

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