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Notícias | Região CULTURA

Tradicionalistas participam de Acampamento ‘Pousada da Lua Cheia’ em Lomba Grande

Evento reuniu mais de 50 carretas de boi e foi como um ensaio geral para a 19ª Carreteada de Lomba Grande, em março

Publicado em: 05.02.2023 às 21:37

“Se existe pré-carnaval, porque não fazermos a pré-carreteada”, foi o que disse o idealizador da primeira edição do acampamento ‘Pousada da Lua Cheia’, Paulinho Koetz, que também foi anfitrião do acampamento que reuniu 53 carretas e cerca de 300 pessoas, entre sexta-feira (3) a domingo (5), em Lomba Grande. “Foi um aquecimento para a 19ª Carreteada de Lomba Grande que será nos dias 4 e 5 de março”, reforça Koetz.

Integrantes do grupo Só Raízes em celebração que valoriza a amizade e a vida em família
Integrantes do grupo Só Raízes em celebração que valoriza a amizade e a vida em família Foto: Carla Fogaça/GES-ESPECIAL


O fim de semana para o acampamento foi escolhido minuciosamente, pois não podia faltar a convidada que deu o nome do evento, a Lua Cheia. “A ideia era realizarmos o acampamento mais ou menos um mês antes do tradicional e, claro, com a presença da Lua, que aliás, no sábado a noite estava espetacular, muito lindo”, conta Koetz.

Sem o desfile, o acampamento foi um momento para reunir os amigos, a família e aproveitar o fim de semana em meio a muita música, gaita e churrasco. “Foi um momento incrível e a partir de hoje a ideia é fazer todos os anos. O pessoal adorou, o clima ajudou bastante e pudemos aproveitar em comunhão” reforça Koetz.

A maior parte dos participantes foram moradores do bairro rural de Novo Hamburgo, mas também vieram carreteiros de São Leopoldo e Sapiranga. “Em Lomba Grande temos mais de 10 turmas que fazem parte da Associação dos Amigos Carreteiros, que participaram do aquecimento”, acrescenta o anfitrião do evento.

Para a divulgadora do evento, Zelita Marina, que também é colunista, o melhor momento do acampamento foi o almoço do meio-dia de domingo. “Foi quando juntamos mais pessoas para um almoço entre amigos. Mas tudo estava ótimo, eu me criei na vida de campo e adoro esses momentos de tradições”, afirma Zelita.

Tradição que passa de geração para geração

Pegar a carreta, andar por quilômetros e participar da Carreata de Lomba Grande já é uma prática que vem passando de geração para geração. Uma das atividades realizadas na confraternização, que antecede o grande evento de Carreteiros de Lomba, foi o acampamento de candeeiro e lampiões, onde sem luz os participantes acamparam e vislumbraram a lua. “Eu participo de tudo que tem, é uma tradição participar de eventos como este”, conta Leio Urbano Moehlecke, 85 anos, um dos participantes de carreteada mais antigo de Lomba Grande.

“A Carreteada é nosso esporte, juntar amigos, fazer churrasco e tomar uma cervejinha. Também é uma oportunidade para conhecer novas pessoas, visitar tradicionalistas de outras cidades, como Araricá, Nova Hartz e Sapiranga. Eu costumo participar de todos os encontros na região e com certeza estarei no desfile em março”, enfatiza seu Leio.

A participação de Leio nos eventos na região, gerou nas filhas o mesmo gosto pela participação. “Eu moro nos Estados Unidos e viemos de lá para aproveitar o verão aqui e participar dos eventos”, conta Rosane Rankel, 54, filha de Leio.

Memórias afetivas

Para os participantes do evento, o acampamento e momentos como esses são ótimos para criar memórias afetivas que serão lembradas por toda a vida. “É lindo ver nossas crianças se criando no meio das carreteadas”, reforça Koetz.

Junto com a filha de Leio, o marido americano, Jim Rankel, 68, aproveita o acampamento e mesmo não sendo participante desde criança, recordações da infância veio à tona no encontro. “É um evento lindo que reúne a família, uma verdadeira tradição da família do gado. Aqui me fez lembrar de quando eu era criança e onde morava tinha vacas e eu pisava nos estrumes delas, aqui me trouxe essa memória”, conta Jim em meio ao riso.

O pequeno José Eduardo da Silva, 10, nem lembra a primeira vez que participou de um evento tradicionalista. “É algo comum, sempre participo, desde que eu era um bebê. Costumo acompanhar meu avô Érico em todas as carreteadas aqui em Lomba e também nas cidades da região. Eu adoro, já é uma tradição de família”, conta José Eduardo.

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