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Notícias | Região IGREJA CENTENÁRIA

Igreja de São José do Herval chega a 100 anos como marco da união comunitária

Comunidade localizada em Morro Reuter comemora neste sábado (18) o centenário de lançamento da pedra angular do prédio

Publicado em: 18.03.2023 às 10:01 Última atualização: 18.03.2023 às 10:31

Neste sábado (18) completam-se 100 anos do lançamento pedra angular da Igreja de São José do Herval, sediada na localidade de mesmo nome que hoje pertence a cidade de Morro Reuter. O prédio todo construído em pedra representa para os moradores da região muito mais do que um templo religioso católico, mas o ponto de encontro da comunidade que se uniu para erguer as paredes que até os dias atuais abrigam os fiéis.

Igreja de São José do Herval
Igreja de São José do Herval Foto: Eduardo Amaral/GES Especial


Foi dentro da igreja que a aposentada Susana Steffen, 57, viveu alguns dos momentos mais marcantes de sua vida. Do seu batismo, passando pela primeira comunhão e crisma, além das vivências no grupo de jovens Renascer, até o casamento com Gerson Luis Steffen . E foi também lá que ela encontrou o apoio comunitário para passar pelo momento mais difícil de sua vida, a morte do filho Cassiano. Com 21 anos ele se envolveu em um acidente de trânsito.

“A comunidade se uniu e fez uma novena para meu filho se recuperar, a Igreja estava cheia de gente rezando pelo meu querido e inesquecível filho”, relembra ela dizendo que a solidariedade permaneceu mesmo após o falecimento do jovem no dia 23 de julho de 2016. “No enterro do meu filho eu vi como a comunidade é unida. Foi um momento assim muito emocionante.”

Na sexta-feira (17) véspera das comemorações, do centenário do prédio ela estava iniciando os trabalhos para as comemorações do aniversário da igreja. “É uma emoção a gente ver uma coisa que nossos antepassados construíram e estamos aqui agora para comemorar, porque nascemos, fomos batizados, primeira comunhão, crisma, batizei meus filhos aqui”, conta ela que junto com o esposo preside a comunidade.

 

Outros tempos

Também envolvida nos preparativos da festa, Clair Dapper, 62 anos, também teve uma vida toda atrelada à Igreja na qual até hoje se mantém ativa. “Agora sou catequista, ajudo no grupo de jovens e no grupo de canto.” Batizada, crismada e casada na São José do Herval, Clair lembra com carinho da importância que deu ao momento em que recebeu a primeira comunhão sob aquelas paredes de pedra. “Era uma coisa tão simples, mas tão bonita. A mãe fazia uma galinhada boa para todo mundo.”

Clair e Susana cresceram ouvindo dos avós as histórias sobre a construção do prédio. “Há 100 anos as pessoas não mediram esforços para trabalhar e construir uma igreja tão linda como a nossa .Eles tinham que fazer tudo com as próprias mãos, sem máquinas”, ressalta Susana.

Dos relatos ouvidos durante a infância, Clair lembra do avô contando como os responsáveis pela obra carregaram as pesadas pedras vinas de Picada Verão. “Eles traziam com junta de bois e era tudo no muque para carregar, eles mesmos racharam as pedras.”

Ponto referencial

Pessoas como Susana, Clair e Pedro Kieling, 59, tiveram suas vidas profundamente marcadas pelas atividades realizadas tanto na igreja quanto no salão paroquial. Foram lá as primeiras festas e o estreitamento da convivência social, mantendo a tradição iniciada por seus antepassados. Os avós paternos de Kieling, que hoje vive em frente ao prédio, estiveram diretamente envolvidos na construção, motivo pelo qual ele destaca a relevância das comemorações. “É um momento muito relevante para a comunidade, hoje não tem nenhuma pessoa viva que participou da inauguração, e essa história está se perdendo porque as pessoas estão morrendo.”

Kieling destaca a representatividade que o prédio tem para os moradores da localidade. . “A igreja é o ponto de referência da comunidade”, destaca ele lembrando que foi a união comunitária que permitiu que o prédio fosse construído em 1923.

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