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Notícias | Região INVESTIGAÇÃO

Jovens encontrados mortos em Sapucaia do Sul podem ter sido alvos de tortura, diz Polícia

"A pior dor para uma mãe é enterrar um filho. Tudo que pedimos é por justiça", disse a mãe de uma das vítimas

Publicado em: 05.04.2023 às 20:50 Última atualização: 06.04.2023 às 08:08

Familiares e amigos dos dois jovens encontrados mortos na última sexta-feira (31) com as mãos amarradas e saco na cabeça buscam por justiça. O delegado da Delegacia Regional de Canoas (2ªDPRM), Cristiano Castro Resck, afirma que a investigação aguarda a confirmação do laudo pericial para concluir a causa das mortes,  mas adianta que existem indícios de que as vítimas tenham sofrido tortura antes de ser assassinados.

Manifestação de familiares e amigos
Manifestação de familiares e amigos Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

Segundo o delegado, antes dos corpos serem localizados pela Brigada Militar na Estrada dos Ramires, no bairro Novo Horizonte, em Sapucaia do Sul, os jovens teriam cometido um furto. A reportagem apurou que uma das vítimas foi identificada como Wesley do Amaral dos Santos, de 19 anos. O outro morto era um adolescente de 16 anos. Por ser menor de idade, o nome dele não é divulgado conforme regra do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). 

A mãe do adolescente relata que ambos eram amigos de infância e cresceram na mesma vizinhança. Segundo ela, o filho dela saiu com o amigo com o objetivo de furtar duas baterias no Detran, mas ela não tinha ciência disso no momento em que o deixou sair. "Ele sabia que não tínhamos mais botijão de gás. Mas meu filho nunca roubou antes, ele não foi criado assim", disse a mulher. 

No domingo (2), familiares e amigos fizeram uma manifestação para clamar por justiça. Nesta quarta-feira (5), se uniram novamente em uma missa, realizada em homenagem aos jovens. "A coisa mais difícil é tomar meu café, na minha mesa vazia. É a pior dor que tem. Eles foram furtar sim, mas foram sem maldade, de mão limpa. Não tem motivo que justifique a morte deles, que eram apenas dois meninos, tinham que ter segurado e chamado a Brigada Militar, não precisava fazer o que fizeram", disse a mãe do adolescente. Ela acrescenta, entre lágrimas: "A pior dor para uma mãe é enterrar um filho. Tudo que pedimos é por justiça".

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