Estoques de insulina são monitorados após escassez internacional
Região está com quantidade normal. União, que faz as compras, informa estar em compra emergencial
Municípios da região monitoram a situação da insulina análoga de ação rápida, depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) fez um alerta de que o medicamento poderia entrar em falta no Sistema Único de Saúde (SUS). As cidades de Novo Hamburgo, Ivoti, Dois Irmãos e Campo Bom informam que o medicamento está acessível em seu estoque.
Nesta quinta-feira (6), a Secretaria Estadual de Saúde informou que no momento está com o fornecimento regularizado de análogo de insulina de ação rápida, medicamento cuja aquisição é de responsabilidade da União.
"O Ministério da Saúde comunicou os Estados através de uma nota informativa enviada em 3 de abril que está em processo de compra emergencial, para atendimento da demanda brasileira por 180 dias. O MS também referiu que a compra estava na fase de qualificação técnica (avaliação dos documentos enviados pelas empresas)", esclareceu nota.
Estoque
Em Novo Hamburgo, a Secretaria Municipal de Saúde frisa que não recebeu comunicado oficial dos governos federal e estadual sobre eventual baixa no estoque ou falta de insulina de ação rápida.
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A farmacêutica Gisele Ribeiro, responsável pelo setor de medicamentos especiais em Novo Hamburgo, explica que o Município buscará remessa de insulina na SES em 12 de abril, ficando disponível para a população dia 13. "E há previsão de fornecimento da insulina análoga de ação rápida", salienta.
Preocupação é com o remédio de ação rápida
Conforme a Associação Riograndense de Apoio ao Diabético (Arad), a insulina rápida ou regular começa a agir em 30 a 60 minutos e, tem seu pico de ação entre duas a quatro horas e duração de ação de seis a oito horas. Já a insulina ultrarrápida - lispro, asparte ou glulisina - começa a agir em menos de 15 minutos, tem seu pico de ação em uma a duas horas e duração de ação de três a quatro horas. "Sendo assim, deve ser usada em menos de 15 minutos antes da refeição, ou mesmo durante a refeição. Evita casos de hipoglicemia tardia", salienta Rosane Blankenheim, presidente da unidade de Novo Hamburgo da Arad.
"Se eles não conseguirem fazer a compra das canetas, eles vão fazer de frascos, o que será um retrocesso no tratamento. As pessoas vão utilizar seringas, os frascos precisarão de frasco térmico e se precisar parar a insulina regular, será necessário passar pelo médico porque as quantidades são diferentes e seu efeito no corpo também. Esse é o tamanho do problema", explica Rosane.
Ministério confirma dificuldade para compra
Ao Jornal NH, por meio de nota, o Ministério da Saúde informa que há dificuldade de aquisição da insulina análoga de ação rápida e que , por falta de capacidade de oferta dos fornecedores internacionais com registro no Brasil, não foram apresentadas propostas para atender à demanda do Ministério da Saúde nos pregões abertos pela pasta.
A mesma nota diz que as insulinas regulares mais consumidas estão com estoque adequado e o caso da insulina análoga de ação rápida está sendo tratado com máxima prioridade junto aos fornecedores internacionais para garantir o atendimento da população.
Simultaneamente, em parceria com os Estados, o Ministério da Saúde informa que realiza o levantamento dos estoques e processos vigentes de compra para acompanhar o processo com transparência. A pasta pode inclusive ressarcir os Estados mediante compras descentralizadas.
O Ministério da Saúde está com uma estratégia de apoio à produção local de produtos essenciais para o SUS para reduzir dependência do mercado internacional.