Oficina de cocaína era mantida por mecânicos de Estância Velha em São Leopoldo
Irmãos, de 28 e 24 anos, foram presos com R$ 2 milhões em drogas que seriam vendidas na área central de Novo Hamburgo
Uma oficina mecânica em São Leopoldo vinha sendo a principal fonte da cocaína vendida na área central de Novo Hamburgo. No negócio de fachada, conduzido por dois irmãos de Estância Velha, a Polícia Civil apreendeu 45 quilos da droga na manhã desta quinta-feira (20). Segundo o titular da 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo, Tarcísio Kaltbach, a carga está avaliada em R$ 2 milhões.
Por volta das 10 horas, quando os mecânicos recém tinham aberto o portão da oficina localizada na Rua Dona Isabel, bairro Rio Branco, os agentes da 1ª DP flagraram o ambiente suspeito. “Havia dois carros velhos supostamente em conserto, mas os irmãos não vinham trabalhando em mecânica. O preparo da droga era feito à noite com o portão fechado”, declara o delegado. A cocaína, prensada em 28 tijolos e na forma de pó em 17 pacotes, estava escondida em caixas atrás de uma cortina.
Prensa e farelo
“Na parede ao fim do prédio, tinha uma prensa hidráulica, equipamento muito usado em laboratórios de cocaína e sem utilidade em oficina de veículos”, observa Tarcísio. Havia farelo de cocaína por toda a parte e materiais usados na embalagem. Uma réplica de pistola também foi apreendida. A procedência dos dois carros, um Voyage e um Chevette parcialmente desmontados, é verificada.
Irmãos não tinham antecedentes criminais
Os irmãos, de 28 e 24 anos, não tinham antecedentes criminais. A investigação, iniciada há 15 dias, apurou que passavam o dia na mecânica sem fazer nada. O trabalho começava à noite, na cocaína, e não tinha hora para terminar. “Se aprendemos tudo isso ali, imagina o quanto movimentavam para o comércio na área central de Novo Hamburgo”, salienta o delegado.
Não é a primeira oficina dos estancienses. Eles tiveram uma na Rua Miranda, bairro Liberdade, em Novo Hamburgo. A especialidade dos mecânicos seria na parte de suspensão com foco no rebaixamento de veículos.
No interrogatório, ficaram em silêncio. Foram conduzidos à carceragem do Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), em Porto Alegre, onde passarão por audiência de custódia. Os nomes dos presos não são informados por causa da Lei de Abuso de Autoridade.