SÃO LEOPOLDO: Líder comunitária morre em incêndio em residência

Um incêndio em uma residência registrado na madrugada de domingo (11), em São Leopoldo vitimou a líder comunitária e presidente da Cooperativa Coohap, Neli Terezinha da Silva, 67 anos. Neli estava dormindo sozinha em casa, na Rua Manoel José Brás, no bairro Santos Dumont, quando por volta das 3h45 iniciaram as chamas.

Um dos filhos, que mora em frente, ainda tentou socorrê-la, mas Neli acabou falecendo. O corpo carbonizado foi encontrado próximo de uma janela. O fogo consumiu completamente a casa de Neli e outras duas residências localizadas no mesmo pátio. Os demais moradores do local, entre eles, quatro crianças conseguiram escapar ilesas.

A ocorrência foi atendida pelo Corpo de Bombeiros de São Leopoldo com apoio do batalhão de Sapucaia do Sul. Até a tarde desta segunda-feira (12) o corpo de Neli seguia no Instituo Médico Legal (IML). A liberação só deverá ocorrer após exame de DNA realizado com a arcada dentária. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) não soube estimar quanto tempo deverá levar para que o corpo seja liberado para o sepultamento.

A morte de Neli gerou comoção entre amigos, conhecidos e familiares. Filho da líder comunitária, o construtor civil Jéferson Marcelo Peres, 48, conta que a mãe ajudou cerca de 30 mil pessoas a realizarem o sonho da casa própria nas comunidades Coohap, Bom Fim e Progresso, todas no bairro Santos Dumont. “Era uma pessoa que deixava de cuidar de si para cuidar dos outros. Ela foi o meu maior exemplo”, conta.

Amigo de Neli desde 2003, o também líder comunitário Oséias Medeiros, 46, diz que tinha nela uma inspiração. “Me espelhava muito nela como pessoa, alguém que sempre lutou pela comunidade. Mesmo em encontros com prefeito, governador e até com o presidente Lula, a Neli nunca pensou no bem dela, sempre brigou pela comunidade. Se hoje eu tenho uma casa para morar com a minha família, é graças a ela”, afirma.

Nora de Neli, a cozinheira Vivian de Moura, 46, lembra da sogra como uma “guerreira”. “Nunca vi alguém como ela, que estava sempre disposta a ajudar, independente de quem fosse. E era uma apaixonada pelas crianças, não podia ver elas passando necessidade, sempre organizava festas para agradá-las”, recorda.