Carros do empresário mineiro assassinado estão espalhados entre o litoral e o Vale do Sinos
Polícia diz que vai atrás de frota da vítima no Rio Grande do Sul, avaliada em mais de R$ 5 milhões
Atraído a Novo Hamburgo para saber o paradeiro das dezenas de carros que havia enviado ao Vale do Sinos para revenda, o empresário mineiro Samuel Eberth de Melo, 41 anos, foi assassinado sem descobrir o que foi feito com a frota. O sócio gaúcho, Diego Gabriel da Silva, 30, preso pelo homicídio, alega inocência e se exime de qualquer responsabilidade. Caberá à Polícia Civil desvendar. Seriam pelo menos 60 automóveis, avaliados em mais de R$ 5 milhões, espalhados por lojas entre a região metropolitana e o litoral.
Conforme apurado pela reportagem na semana passada, Samuel teria selado parceria com Diego, em Novo Hamburgo, sem imaginar que se tornaria vítima de uma rede de lavagem de dinheiro em automóveis. O início da cooperação, há cerca de quatro meses, teria sido empolgante.
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Angustiado com o desfalque milionário, Samuel decidiu se encontrar com Diego, que teria se mostrado solícito em dar explicações. Era uma armadilha, conforme suspeita da Polícia. O mineiro se hospedou em um hotel no bairro Hamburgo Velho, em 1º de junho, com reserva de quatro dias. No dia 4, queria voltar para casa com tudo resolvido.
Suspeito levou vítima a revendas pela região
Samuel chegou a ser levado por Diego a pelo menos três revendas, em Dois Irmãos, São Leopoldo e Santo Antônio da Patrulha. Mas o sócio gaúcho não convencia mais. Na tarde de 2 de junho, durante negociações que começaram pela manhã, o empresário foi assassinado com nove tiros pelas costas. O corpo foi ocultado em área de mata em Santo Antônio. Na cidade do litoral, Diego tem representação de uma loja de carros em nome de uma hamburguense.
Sem notícias de Samuel, o pai e um irmão fizeram ocorrência de desaparecimento no dia 3, na Central de Polícia de Novo Hamburgo, e acompanharam as buscas, que terminaram da pior maneira na madrugada do último domingo.
Nesta segunda (12), a Polícia confirmou o que até então desmentia. Que Diego, o principal suspeito, estava preso desde o dia seguinte ao desaparecimento. E revelou que um segundo envolvido também teve preventiva decretada.
"Isso será apurado", afirma delegada
Com a localização do corpo, os próximos passos anunciados pela Polícia são a averiguação de outros envolvidos e a elucidação dos crimes patrimoniais. "Isso será apurado", afirma a delegada de Homicídios de Novo Hamburgo, Marcela Ehler, referindo-se ao rastreamento dos veículos perdidos. Alguns já estariam na posse de clientes de revendas.