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Notícias | Região CONTRA A GRIPE

Prefeituras vão imunizar crianças em escolas para aumentar cobertura vacinal

É o caso de Estância Velha, que iniciou prática nesta quarta-feira (14). Mas é preciso anuência dos pais

Publicado em: 14.06.2023 às 21:18 Última atualização: 15.06.2023 às 08:16

A baixa adesão da vacina da gripe também é uma realidade na faixa etária de 6 meses a 11 anos. Pensando em aumentar o número de crianças protegidas, municípios da região estão buscando alternativas. Uma delas é levar a vacina às escolas. Estância Velha iniciou a prática na quarta-feira (14) nas instituições de educação infantil Amiguinhos do União e Lyra das Crianças.

Também são aplicadas doses contra a Covid e do calendário vacinal. Os pais foram avisados previamente e devem levar carteira de vacinação das crianças para que a aplicação seja feita. “Ir até as escolas é muito importante porque é possível atingir tanto as crianças quanto os pais que não se vacinaram”, observa a coordenadora da Vigilância em Saúde de Estância Velha, Eliane Fleck.


Manuela e a mãe, Carina, se vacinaram na Lyra das Crianças
Manuela e a mãe, Carina, se vacinaram na Lyra das Crianças Foto: Carla Fogaça/GES-ESPECIAL

A iniciativa seguirá em junho até atingir todas as escolas infantis. A equipe da Vigilância em Saúde tem levado a vacina para outros pontos da cidade. “Sábado passado estivemos na praça, no Centro, e tivemos uma boa adesão”, conta Eliane.


Outras cidades da região, como Sapiranga, Parobé e Taquara também realizaram a ação de vacinar nas escolas. Em Novo Hamburgo, a campanha de imunização não chegou a ir para os colégios, mas foi realizada uma ação de orientação, em que a Secretaria Municipal de Saúde esteve nas escolas municipais e privadas para tirar dúvidas, frisando aos pais e responsáveis sobre a disponibilidade da vacina e a importância de proteger as crianças contra a gripe.

A psicóloga Carina Stein, 37 anos, mãe da Manuela Antonello, 4, acha que levar as vacinas para as escolas é uma boa estratégia. “Nem sempre a gente consegue sair mais cedo para ir até o posto de saúde”, lembra a mãe, que além de imunizar a filha aproveitou para tomar a dose contra a gripe.

As doses contra a gripe estão disponíveis para toda a população acima dos 6 meses de idade. Basta se informar sobre os locais e horários de aplicação em seu município de residência e ter em mãos documento com foto e carteira de vacinação.

Adesão baixa em cidades da região

A adesão à vacina contra a gripe segue baixa em cidades da região. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Novo Hamburgo atingiu 44,88% do público-alvo, que são crianças de 6 meses a 5 anos e 11 meses, pessoas acima de 60 anos, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde e professores.

Poucos municípios ultrapassaram os 50% de doses aplicadas. Campo Bom (54,70%), Ivoti (50,12%) e Igrejinha (52,09%) conseguiram imunizar a metade do público-alvo.
Mas num universo de crianças até 11 anos, o número não ultrapassa 40%. Campo Bom alcançou, até quarta-feira (14), 39,9% das crianças até esta faixa etária.

Em Novo Hamburgo, se espera proteger 16.319 crianças, mas foram aplicadas 4.997 até agora, representando 29,95% da população dos 6 meses aos 11 anos.

Em Estância Velha, foram 979 doses aplicadas diante de um universo de 3.336 crianças. “A adesão nos postos de saúde está bem baixa, por isso estamos nos mobilizando para irmos até as pessoas”, reforça Eliane.

Imunização reduziria procura por atendimento médico

Conforme a médica pediatra que atua nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Novo Hamburgo Paula Baptista Sanseverino, se comparar com o ano passado, houve um aumento na busca por atendimentos de pacientes com sintomas gripais, tanto crianças como adultos. “Esse aumento se percebe já nessas últimas semanas. Em relação à gravidade dos casos, não percebemos um aumento”, pondera Paula.

Para a pediatra, algumas razões colaboram para este crescimento da demanda. Uma delas é a própria época do ano, quando os vírus circulam mais. Outra razão é a baixa adesão à vacinação. “As vacinas evitam casos e, principalmente, os graves, que resultam em internações e mortes, tanto por influenza como por Covid. Além disso, é importante manter a higiene e usar máscaras em locais com maior possibilidade de contrair vírus”, reforça a pediatra.

Professora de Medicina da Universidade Feevale, Maria de Lourdes Jager lembra ainda que todos os anos a vacina contra a gripe deve ser refeita. “O vírus sofre mutações constantemente e, por isso, é necessário refazer. A própria vacina é reformulada para contemplar os novos vírus que circulam”, explica.

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