Condomínio financiado pelo governo era usado como sede do tráfico em Igrejinha
Gerente do esquema e seis comparsas foram presos pela Polícia civil na manhã desta quarta-feira
Com 150 casas entregues em 2017 pelo programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, um condomínio em Igrejinha foi alvo de operação contra o tráfico de drogas na manhã desta quarta-feira (21). Um jovem de 19 anos apontado como gerente do esquema e seis comparsas foram presos em diferentes residências. A grande maioria dos moradores, que não tem relação com o crime, era intimidada pela quadrilha.
“As denúncias de tráfico ali no condomínio são constantes, tanto que Polícia Civil e Brigada Militar fizeram outras prisões em anos anteriores. Como se intensificaram os indícios de envolvimento de moradores, resolvemos fazer uma investigação maior, que resultou na expedição de tantos mandados”, declara o delegado de Igrejinha, Ivanir Caliari. Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão, com apoio de agentes de Três Coroas, Canela, Gramado, São Francisco de Paula, Rolante, Taquara e Parobé.
Estavam dormindo
A ofensiva, chamada de Operação Jasmin em referência ao nome do residencial do bairro Morada Verde, foi desencadeada ao amanhecer. Os investigados estavam dormindo. O gerente, outro jovem de 19 anos e uma mulher de 21 anos foram capturados por meio das preventivas. “Durante as diligências, mais um homem de 19 anos foi preso, em flagrante, com porções de maconha e balanças de precisão”, acrescenta o delegado.
Em outra casa, conforme Caliari, diversas porções de maconha e um “tijolo” maior da mesma droga foram localizados, além de 70 pedras de crack, 20 buchas de cocaína e dinheiro. É onde uma moradora de 26 anos e um adolescente de 16 anos foram presos. Na última residência, uma investigada de 40 anos foi recolhida por guardar uma pistola.
Adolescente que vendia na rua foi solto
O adolescente é o único que havia sido solto até o fim da tarde. Foi ouvido pelo Ministério Público e liberado. “Foi apreendido na mesma casa de uma mulher, com bastante droga. Ele era investigado por fazer a venda da droga nas ruas”, observa o delegado.
Os seis adultos devem ser submetidos nesta quinta-feira (22) a audiência de custódia no Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp), em Porto Alegre. “O tráfico funcionava com a droga sendo fornecida na rua, mas a gente tinha informação de que algumas casas do condomínio eram usadas como depósito dos entorpecentes”, expõe Caliari.