Publicidade
Notícias | Região CHEIA NO RIO DOS SINOS

ENCHENTE: Famílias de Campo Bom são atingidas por duas inundações no período de um mês

Água chegou ao pátio de casas e deixou moradores ilhados novamente neste domingo (16)

Publicado em: 16.07.2023 às 17:01 Última atualização: 16.07.2023 às 17:26

Da noite para o dia, o bairro Barrinha, em Campo Bom, amanheceu inundado pela água do Rio dos Sinos que transbordou durante a madrugada deste domingo (16). Essa é a segunda enchente na cidade em exatamente um mês e, ao mesmo tempo que o medo de perder novamente o que já foi reconstruído aumenta a cada novo milímetro de água, os moradores têm tentado dar continuidade à vida como conseguem em meio ao caos.

No início desta tarde, às 13h30, o Rio dos Sinos estava com 7,31 metros e o nível se manteve o mesmo até as 15h30, conforme a Defesa Civil da cidade. A cota de inundação no município é de 7,20 metros.

Família de Paulo Roberto fazendo churrasco em meio a enchente  | Jornal NH
Família de Paulo Roberto fazendo churrasco em meio a enchente Foto: Júlia Taube/GES-Especial


Publicidade
Mesmo com a água entrando no pátio das residências, quem mora ali acredita que a água deve subir só mais 10 centímetros, como é o caso do Paulo Roberto da Silva, 52, que a vida inteira reside na localidade. Em frente a sua casa, a família de Silva assava o tradicional churrasco de domingo no meio da enchente, com a churrasqueira dentro da água e o assador usando botas de borracha. “Eu já peguei algumas enchentes, mas não que nem essa, uma atrás da outra. Ainda não erguemos nada, está bem longe da água entrar”, afirma ele.

As ruas do bairro mais pareciam leitos do rio e para locomoção em algumas partes, os moradores precisavam contar com o auxílio de uma retroescavadeira que levava e buscava quem precisava sair ou voltar para casa. Indo para o trabalho na manhã deste domingo, Paulo Pedro de Oliveira, 59, até tentou enfrentar o alagamento com sua bicicleta, mas acabou tendo que subir na máquina. “Na minha casa não entrou água ainda, mas é ruim de qualquer jeito”, conta.

Paulo Pedro foi para o trabalho com sua bicicleta e recebeu auxílio da retroescavadeira para não se molhar | Jornal NH
Paulo Pedro foi para o trabalho com sua bicicleta e recebeu auxílio da retroescavadeira para não se molhar Foto: Júlia Taube/GES-Especial

Preocupação

O auxiliar de produção Juarez Lauterio, 39, também pegou carona com a máquina de obra. Há um mês, em 16 de junho, quando o ciclone extratropical também atingiu a região, a casa dele havia ficado cheia d’água. Ele relata que ainda no sábado (15), os moradores acreditavam que, desta vez, a enchente não chegaria para eles.

Juarez sentado na retroescavadeira para poder ir até sua residência | Jornal NH
Juarez sentado na retroescavadeira para poder ir até sua residência Foto: Júlia Taube/GES-Especial

“Eu estou preocupado. A gente sempre fica apreensivo, porque além de ter a preocupação dos móveis e com as coisas para não estragar, tem essa água que a gente tem que ficar passando e com a dificuldade. Sorte que a gente tem esse auxílio”, diz.

Hércules de Vargas Souza, de 21 anos, mora com o avô no bairro Barrinha. As casas em que moram ficam no mesmo terreno e, mesmo que a água ainda não tenha adentrado as residências, os dois estão ilhados e observam da porta de entrada a água subindo. “Dá última vez a água entrou só até o tornozelo. Acho que dessa vez não entra”, relata ele.

Famílias desabrigadas

Ao todo, três pessoas foram encaminhadas para um abrigo montado no Ginásio Municipal da cidade. Segundo a prefeitura, a água não chegou a atingir a casa deles, mas as famílias optaram por saírem do local por prevenção.  

Júlia Taube

Entre em contato com
Júlia Taube

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Encontrou erro? Avise a redação.
Publicidade
Matérias relacionadas
Botão de Assistente virtual