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Notícias | Região ACIDENTE DE TRÂNSITO

"Se ela sobreviver as sequelas serão terríveis", diz filha de turista que estava em carro atingido por motorista embriagado

Rosana Emilia Rodrigues Motta viajava com o marido e o filho para conhecer Gramado quando o acidente aconteceu na RS-115, em Três Coroas; ela está internada na UTI em Canoas

Publicado em: 31.07.2023 às 17:28 Última atualização: 31.07.2023 às 23:24

O estado de saúde da mulher de 59 que ficou gravemente ferida após acidente na RS-115, em Três Coroas, é considerado grave. "Os médicos sinalizaram que se ela sobreviver as sequelas serão terríveis. Ela pode não andar, não falar", conta Jaqueline Rodrigues, de 29 anos, filha mais velha da turista.


Rosana Emilia Rodrigues Motta, de 59 anos, está na UTI no HPS de Canoas | Jornal NH
Rosana Emilia Rodrigues Motta, de 59 anos, está na UTI no HPS de Canoas Foto: Reprodução/Redes Sociais

A técnica judiciária Rosana Emilia Rodrigues Motta, viajava com o marido, de 57 anos, e o filho, 17, para conhecer Gramado, aproveitando o recesso escolar do adolescente e antecipando o aniversário de casamento que é no fim do ano. No domingo da semana passada (23), a família que mora em Itapetininga, em São Paulo, havia chegado a pouco tempo no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Eles usavam um serviço de translado para a cidade da Serra Gaúcha, quando por volta das 19h20 o automóvel Fiat Cronos que eles estavam foi atingido por um Honda Civic.


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A filha mais velha do casal, conta que o pai relata que "só viram o clarão muito rápido e aí foi o estouro". O delegado Ivanir Luiz Moschen Caliari, responsável pela investigação, afirma que o condutor carro que atingiu o veículo que transportava a família de turistas, estava embriagado no momento do acidente. A Polícia Civil apurou que o suspeito estava em bar, onde teria consumido doses de vodka com energético. 

"Era um sonho que virou pesadelo", desabafa Jaqueline. Os pais economizaram por cerca de seis meses para fazer a viagem à cidade que é um dos principais destinos brasileiros escolhidos por casais e famílias. Ela lembra que estava em sua casa assistindo televisão quando recebeu a ligação do pai informando sobre o acidente. “Jaque, a viagem acabou. Sofremos um acidente grave, sua mãe está sendo transferida para a UTI”, lembra sobre o telefonema.

Assustada, a primogênita do casal, não pensou duas vezes e veio para o Rio Grande do Sul. “Naquele momento que ouvi o tom de voz dele, naquele momento achei que ela tinha morrido”, recorda. “Sai com a roupa do corpo, entrei no carro e dirigi. Não sabia se estava indo para Campinas ou para São Paulo. Fui tentando comprar a passagem no meio do caminho e peguei o primeiro voo para Porto Alegre”, detalha.

Quando chegou na capital gaúcha, Rosana já havia sido transferida para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas. “Já estava na UTI. Fizeram a cirurgia de urgência ainda naquela madrugada”, relata. A mãe dela teve lesões no crânio com perda de parte da sua massa encefálica.

Pelo quadro de saúde delicado, transferência para o estado onde a família reside não é uma opção. “Tiraram o sedativo dela e saberão hoje (segunda-feira) se ela teve alguma resposta cerebral”, explica Jaqueline. De acordo com ela, é a partir das reações da mãe após essa etapa que o futuro será determinado.

Família quer justiça

O homem de 30 anos suspeito de causar o acidente foi preso na manhã desta segunda-feira (31) em Três Coroas. Conforme o delegado, ele estava na casa de parentes em Santa Cruz, no Vale do Rio Pardo, mas com intermédio do seu advogado negociou a rendição na cidade onde a colisão aconteceu.

Antes disso, a família de Rosana criou um perfil no Instagram onde relatam o caso e cobrar os órgãos de segurança por justiça.

No perfil, mantido pelos filhos, há postagens pedindo apoio dos gaúchos para pressionar as autoridades e também relatos de como era a rotina da mãe antes do acidente. “Minha mãe, há cerca de quase três anos cuidava da minha vó acamada e com alzheimer. E agora ver minha mãe, tão forte, aquela que cuidava de todos, mãe, madrinha, tia, irmã ...boa demais e querida por todos nessa situação, dói meu Deus, dói demais. Não poder tirar todos aqueles aparelhos dela, não saber o que esperar nas próximas horas, dias! Rezem meus amigos, rezem pelo neurológico dela. Ela vai sair viva, Deus faz a obra por completo e vai restaurar o neurológico dela”, diz uma das publicações.

O acidente alterou a rotina da família. Além de Jaqueline, o marido de Rosana também está em Canoas acompanhando a mulher que está internada na UTI desde a noite que veículo da família foi atingido.

“Alugamos uma kitnet, pois se hospedar em hotel nesse momento não é viável. A Igreja me ajudou com doação de roupas, pois só vim com a roupa que estava vestindo no corpo”, relata Jaqueline. O filho caçula da família voltou para Itapetininga, onde está aos cuidados de parentes.

“Ele estava ficando muito sozinho aqui, pois o pai e eu estamos em função de hospital. Achamos melhor ele voltar para casa”, conta. Sobre a avó, que era cuidada pela sua mãe, Jaqueline disse que parentes e amigos estão auxiliando no cuidado. “Não sabemos como vai ser mais para frente, pois nesse momento todo mundo se comove. Mas depois de um ou dois meses, é a gente e Deus”, pontua.

“Está sendo um pesadelo. O que era para ser um momento de alegria, virou a tragédia da minha vida”, finaliza. 

Ubiratan Júnior

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