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Mesmo com trégua na chuva e estabilidade do Sinos, famílias precisam sair de casa

Em São Leopoldo, Esteio e Sapucaia do Sul, alagamentos causam transtornos em diferentes bairros

Publicado em: 14.09.2023 às 11:22 Última atualização: 14.09.2023 às 11:24

Mesmo com a trégua na chuva e o nível do Rio dos Sinos estabilizado em São Leopoldo, os alagamentos seguem causando transtornos na região. Medição feita pela Defesa Civil leopoldense na manhã desta quinta-feira (14) apontava o nível do Sinos em 4,69 metros. O status segue sendo de alerta na cidade.

No Município, ruas como a da Praia, no bairro Rio dos Sinos e das Camélias, no Pinheiro, seguem alagadas. Há pontos de alagamento também na Ocupação Steigleder, no Santos Dumont. No local, por segurança, sete famílias precisaram sair de casa e foram levadas ao galpão da própria comunidade.

Marilice e os filhos estão no galpão comunitário há duas semanas
Marilice e os filhos estão no galpão comunitário há duas semanas Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

Em Esteio, 20 famílias foram acolhidas no abrigo montado na Escola Maria Marques, no bairro Três Marias e outras 55 pessoas levadas à Escola Eva Karnal Johann, no bairro Liberdade. Dentre os pontos mais afetados por alagamentos na cidade ainda nesta manhã em diferentes bairros estão as ruas Elis Regina, Vasco da Gama, Rio Grande e final da Luiz Pasteur, 1º de Março, Travessa Jorge de Souza Moraes e Érico Veríssimo.

Em Sapucaia do Sul, pelo menos oito famílias tiveram de ser abrigadas nas casas de parentes e conhecidos. Na cidade, houve isolamento de residências nos bairros Ipiranga, Colonial e Boa Vista devido a risco de deslizamentos.

Defesas civis em prontidão

Em caso de ocorrências causadas pelas intempéries, a Defesa Civil de São Leopoldo atende pelo telefone 153, da Guarda Civil Municipal (GCM) e 193 do Corpo de Bombeiros Militar. Também ficam disponíveis os telefones (51) 99117-8291 e (51) 98924-7852.

Em Esteio, os contatos podem ser feitos pelos telefones 153, da Guarda Municipal ou 98600-8355. Em Sapucaia do Sul, a Defesa Civil atende pelo telefone 3474.8889.

Plano de contingência em São Leopoldo

Conforme o coordenador técnico da Defesa Civil leopoldense, Fabiano Camargo, o Plano de Contingência para Inundações (Placon) da cidade contém os protocolos com as medidas a serem adotadas e os órgãos envolvidos em casos de desastres naturais.

“É necessário explicar que quando o rio está acima de 4,30m e há indícios de elevação, se entra nesse status de alerta. É um protocolo dentro do nosso plano de contingência que visa prevenção”, explica.

Segundo o Placon, até 3,50m o status é de observação. Com o nível do Sinos acima de 3,50m ativa-se o status de atenção, com monitoramento intensivo. Até 4,30m e com indícios de elevação e/ou previsão de novas chuvas o status muda para alerta de inundação. Acima de 4,50m a água começa a atingir a via na Rua da Praia e Rua das Camélias. Acima de 5,10m o status é de alarme, com a água atingindo a Rua Alberto Ramos, no bairro Feitoria/São Geraldo.

Duas semanas vivendo no improviso

Das sete famílias que estavam na manhã desta quinta-feira (14) abrigadas no galpão comunitário da Ocupação Steigleder, pelo menos cinco delas permanecem no local há duas semanas. Este é o caso da dona de casa Marilice Soraia da Silva, 35 anos e dos seis filhos dela, entre eles um bebê de apenas sete meses.

“Quando vi a previsão de chuva já arrumei a mala com as nossas roupas e fiquei esperando pela hora de sair de casa”, conta. Segundo ela, a situação é comum para quem mora no local. “Não tem o que fazer e também não temos para onde ir”, desabafa. Segundo ela, por conta do frio, para amenizar a situação das crianças, eles improvisam as camas no chão com dois colchões.

Vizinha de Marilice, a também dona de casa Simone da Silva Vargas, 37, mora na ocupação há três anos. Na pequena casa vivem ela e os dois filhos, de 8 e 14 anos. Desta vez, eles saíram da residência apenas com as roupas que vestiam. “É bem complicado. A água sobe muito rápido e demora demais para baixar”, diz.

Janaína teme pelo desabamento da casa onde mora

Janaína de Brito teme pelo desabamento da casa onde mora com o marido e a filha do casal
Janaína de Brito teme pelo desabamento da casa onde mora com o marido e a filha do casal Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

As seguidas enchentes enfrentadas já abalaram a estrutura do pequeno casebre onde moram a dona de casa Janaína Vieira de Brito, 31, o marido Júnior, 32, e a filha do casal, Cecília, 3. A parte da casa onde ficavam os quartos está desabando. “Já estamos de improviso vivendo na cozinha, que é a única parte que está de pé. Temos muito medo de continuarmos nessa situação principalmente por causa da nossa nenê”, lamenta.

No terreno ao lado, Arnoldo Chaves, 54 anos, ainda paga pela casa adquirida há seis meses na ocupação. Desempregado, ele vive de bico, vendendo frutas nas ruas e material reciclado. Por sorte, conseguiu erguer os móveis antes da água invadir a residência, evitando perdas. Há duas semanas ele fica na casa de conhecidos.

“Sabemos que muito do que acontece aqui é por conta do clima, mas a gente precisa um olhar atento das autoridades para o pessoal que vive na ocupação e que seguidamente passa por isso”.
 

Renata Strapazzon

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Renata Strapazzon

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