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Notícias | Região MUDANÇAS NO CLIMA

Com 311 milímetros de chuva nos últimos 14 dias, Canoas busca amenizar efeitos climáticos

Secretário Aristeu Ismailow diz que cidade "larga na frente em matéria de planejamento"

Publicado em: 15.09.2023 às 11:46

Após mais um ciclone extratropical, acompanhado de fortes chuvas que causaram inundações e estragos nos Vales do Caí, dos Sinos e Taquari, a questão climática voltou a ser discutida no Estado. Em Canoas foram cerca de 311 milímetros de chuva nos últimos 14 dias, 111,5% a mais do que a média histórica do mês de setembro, que é de 147 milímetros.

Eclima funciona desde maio em Canoas
Eclima funciona desde maio em Canoas Foto: Juliano Piasentin/ Especial

Pensando nisso, a Prefeitura de Canoas criou no mês de maio, durante a reforma administrativa, o Escritório de Resiliência Climática (Eclima). O município é o primeiro da região sul e um dos cinco do país a contar com uma estrutura deste modelo. "Tivemos pouquíssimo tempo para criar a administração e logo enfrentamos uma sequência de eventos climáticos extremos", avalia o titular da pasta, Aristeu Ismailow.

O pioneirismo canoense pretende determinar as causas, consequências e mostrar soluções para evitar desastres causados pelas transformações do clima. "Canoas larga na frente em matéria de planejamento da cidade. O Eclima veio para ser o ator que vai buscar equilíbrio entre a cidade como ela está e que precisa crescer de maneira responsável, pensando no meio-ambiente e ao mesmo tempo, no desenvolvimento."

Eclima na prática

No dia 2 de setembro o Eclima emitiu o primeiro alerta aos canoenses. O comunicado destacou a possibilidade de temporal a partir do domingo (3). "Dividimos em aviso, alerta e emergência.", salienta Ismailow.

O alerta foi o sistema utilizado para as últimas chuvas. "O aviso é quando não sabemos exatamente se vai acontecer. Já o alerta é para casos com certeza absoluta. Os eventos de setembro foram os mais extremos até então no município."

Para atuar em todas as frentes, o Escritório foi dividido em três diretorias. "Temos o monitoramento do clima. A área de projetos, com o propósito de projetar e executar as ações de prevenção aos efeitos. Já a terceira diretoria se trata da Defesa Civil."

Entre os estudos, existe a possibilidade de ampliar as áreas verdes e a expansão de estações meteorológicas a partir de outubro. "Hoje temos sete estações, cinco da Cemaden e duas da Metsul. Queremos atingir toda a cidade." Um novo dique também começou a ser construído no bairro Mato Grande. "Era uma área desprotegida."

Linhas de crédito

O secretário explicou que recentemente órgãos internacionais têm oferecido linhas de financiamento para investir em resiliência climática. “Nossa intenção é fazer a aproximação através de projetos e buscar esses investimentos.” O prefeito Jairo Jorge, foi na mesma linha, reiterando que os investidores vão olhar para aquelas cidades melhores preparadas. “Não podemos dar velhas respostas para novas perguntas.”

No que se refere a importância do Eclima, Jairo Jorge afirmou que o ganho foi uma forma de responder ao tema da mudança climática. “Agora temos algo mais moderno e dinâmico, uma força tarefa atuando em várias frentes.” Questionado se a Defesa Civil sozinha não poderia fazer o mesmo serviço, o prefeito disse que não. “A Defesa Civil olha apenas um aspecto do problema. Com o Escritório, conseguimos visualizar como um todo.”

Jairo Jorge adiantou a elaboração de um Projeto de Lei abordando dois temas: a criação de um voluntariado para auxiliar em situações extremas e a criação de uma força emergencial da Defesa Civil, com a presença de bombeiros civis. “Isso é preparar e pensar a cidade como um todo”, completa o prefeito.

 

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