Publicidade
Notícias | Região SEMANA FARROUPILHA

Conheça a história de pai e filha que levam a música gaúcha além das fronteiras do Rio Grande do Sul

Moradores de Canela, Timóteo e Kerolin se orgulham em representar os costumes e tradições do Estado

Publicado em: 16.09.2023 às 11:40 Última atualização: 16.09.2023 às 15:37

Levando a cultura gaúcha além das fronteiras do Rio Grande do Sul, uma dupla da região está fazendo sucesso. Kerolin Acordeonista e o pai Timóteo Santos apresentam o amor que sentem pelo tradicionalismo, através da música. Com shows realizados em São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná, a dupla mostra que não se apaga a Chama Crioula passada de geração em geração.

Kerolin Acordeonista e o pai Timóteo Santos cantam e compõem músicas gaúchescas
Kerolin Acordeonista e o pai Timóteo Santos cantam e compõem músicas gaúchescas Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL
Essa história de família começou na infância do Timóteo, que carrega o mesmo nome que o pai. Desde pequeno, eram envolvidos com o tradicionalismo e amigos de grandes nomes, como Teixeirinha e Gildo de Freitas.

Apesar de gostar de compor e tocar violão desde os 8 anos, ele precisou deixar a música de lado para poder ajudar no sustento da casa. Virou cozinheiro e saiu de São Francisco de Paula rumo a Canela, ainda na adolescência, onde firmou residência.

Levando a parte artística como hobby, os dois filhos mais velhos não seguiram carreira musical, mas a caçula Kerolin, desde bebê, mostrava gosto pela música. Aos 3 anos, ganhou a primeira gaita. "O pai tocava a nota no violão e eu tentava fazer o som no acordeon. Ele foi meu principal professor e me ensinou mesmo sem saber tocar", aponta.

"Quis me firmar nessa trajetória"

Aos 7 anos, amenina começou a tocar em alguns eventos. Um ano depois, ao conhecera cantora Berenice Azambuja, foi “batizada” por ela com o nome artístico Kerolin Acordeonista. “Algumas pessoas já falaram que é um nome difícil, mas foi coisa do destino, não tem como mudar”, diz.

A dupla afirma que a tradição gaúcha está no sangue. “Quis me firmar nessa trajetória, pegando as referências lá do meu avô. As músicas que cantamos e tocamos possuem esse linguajar gauchesco”, atesta a jovem, de 22anos.

Já o pai revela que a inspiração vem da própria filha. “É uma missão, um dom. Ela me passa o tema, vou escrevendo e fazemos a música”, resume Timóteo.

Pai e filha também costumam realizar apresentações em escolas, como uma forma de expandir o interesse pela tradição gaúcha. “É plantar uma sementinha para que a gente garanta que a nossa cultura continue”, salienta Kerolin.

"Nunca imaginei que iria realizar esse sonho"

Atualmente, Kerolin faz faculdade de Música na UCS, em Caxias do Sul, e tem aperfeiçoado o canto durante a graduação. Com o conhecimento adquirido ao longo do curso, vai ajudando o pai também nesse processo. As dificuldades de viver da arte fizeram com que ele pedisse para que ela cursasse Agronomia. “Foi a nossa peleia, mas sou realizado em ter ela ao meu lado, cantando e tocando. Nunca imaginei que iria realizar esse sonho de anos atrás agora, aos 50”, atesta.

As primeiras músicas gravadas de forma profissional foram há cerca de quatro anos, quando Kerolin realmente decidiu o que queria para o futuro. Na pandemia, eles faziam lives e, assim, ficaram conhecidos. Um fã de São Paulo colocou o nome da filha de Kerolin, uma homenagem à canelense. “Isso mostra que alguma coisa boa estamos plantando”, frisa Timóteo.

Uma das músicas de maior sucesso é Delicadeza e Coragem. “A letra foi criada porque eu gosto de andar de salto, de me maquiar e não deixo de ser gaúcha. Eu não sou bruta, como dizem que a mulher gaúcha tem que ser, mas tenho coragem para enfrentar o que precisar”, corrobora.

Outra especial para dupla é O Meu Canto, composta por Kerolin sobre um dos principais ensinamentos do pai. “A letra diz assim: por isso que hoje eu canto, transmitindo emoção, expondo aquilo que eu sinto dentro do meu coração. Sigo os passos do meu pai e isso jamais tem preço, tudo o que me ensinastes papai hoje eu te agradeço”, declama.

Pai e filha se dizem realizados com o que foi conquistado até aqui. Com mais de 60 mil seguidores no Instagram, Kerolin frisa, ainda, a felicidade em serre conhecida na rua. “Me sinto muito realizada”, aponta.

Com muito trabalho pela frente, a dupla lança, pelo menos, uma nova música por mês e tem shows agendados em Mato Grosso, em dezembro, e está em negociação para se apresentar em Rondônia.

Mônica Pereira

Entre em contato com
Mônica Pereira

Gostou desta matéria? Compartilhe!
Encontrou erro? Avise a redação.
Publicidade
Matérias relacionadas
Botão de Assistente virtual