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Notícias | Região SAÚDE EM RISCO

BOLHA DE CALOR: Temperaturas extremas podem levar a morte; saiba como se cuidar

Previsão é que termômetros superem 40º em algumas regiões do país

Publicado em: 18.09.2023 às 19:12 Última atualização: 18.09.2023 às 21:12

A bolha de calor que atua sob o Brasil nesta semana acende um alerta para os riscos à saúde causados pelas temperaturas extremas. Com a previsão de que os termômetros superem os 40º em algumas regiões, é preciso ficar atento especialmente para a população mais vulnerável como idosos e pessoas já doentes. No Rio Grande do Sul, a manhã desta segunda-feira (18) chegou a registrar 36º em algumas regiões do Estado.


Hidratação é fundamental para evitar problemas de saúde em dias muito quentes | Jornal NH
Hidratação é fundamental para evitar problemas de saúde em dias muito quentes Foto: Laura Rolim/GES-Especial/Arquivo

De acordo com estudo divulgado pela Metsul Meteorologia, em 2014 a cidade de São Paulo teve 1.296 mortes relacionadas ao calor. A Metsul cita estudo publicado pela revista científica Nature em 2015, em um levantamento que analisou mortes em decorrência do calor.

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Segundo o professor do curso de medicina da Universidade Feevale, Leandro Minozzo, a partir de 35° o corpo humano os efeitos já começam a ser sentidos, especialmente no caso de idosos. “Existe uma temperatura de conforto que é de 22º, mas vai depender muito da condição de cada pessoa.”


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O principal risco apontado por Minozzo é a chamada intermação que pode causar perda de consciência, desmaio, lesões musculares, paralisação dos rins e até sobrecarga cardíaca. “É como se a pessoa fosse cozinhada viva”, resume.

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O caso francês

Em 2003 uma onda de calor na Europa levou mais de 50 mil pessoas à morte, sendo que a França foi um dos países mais atingidos. Com o registro de temperaturas acima de 40º por algumas semanas, os idosos foram os mais afetados. “O problema é quando dura mais de três dias, os efeitos começam a ser muito ruins”, explica Minozzo.

Apenas em Paris, a capital francesa, duas mil pessoas morreram em decorrência da onda de calor. Em toda a França, foram 15 mil pessoas mortas em decorrência do calor intenso 20 anos atrás.

Hidratação e dieta leve

Para minimizar os efeitos do calor, beber água é fundamental. Minozzo aponta que deve se beber no mínimo 30 mililitros por quilo diariamente. E o maior cuidado deve ser com as pessoas idosas. “Para um idoso frágil 35º é muito quente, ainda mais se tiver um tempo úmido. Idoso não sente sede, por isso não tem que esperar pedir água, tem que oferecer.”

Crianças com menos de dois anos também estão no grupo das mais suscetíveis a problemas em razão do calor. Para manter a hidratação, além de beber muita água, Minozzo também orienta ao consumo de frutas ricas em líquido e uma alimentação leve.

“Não é o momento de consumir churrasco, macarronada e alimentos muito salgados, o calor é uma situação extrema de saúde”, explica Minozzo que também indica o uso de ar-condicionado e ventiladores, uso de roupas leves e evitar exposição ao sol ou longas horas em ambientes fechados.

Durante o verão

Oficialmente, o hemisfério Sul ainda vive seus últimos dias de inverno, já que na madrugada de sábado (23) haverá a mudança para a primavera. Porém, a bolha de calor que está sobre o Brasil já trará uma prévia de um verão escaldante.

Nesta semana, a região Centro-Oeste deve ser a mais atingida neste momento, já que o Rio Grande do Sul terá a incidência de chuvas que podem garantir um alívio. “Durante essa semana teremos altas nas temperaturas, mas não teremos tantas horas de insolação para chegar aos 40º”, projeta a meteorologista Estael Sias, da Metsul Meteorologia.

Entretanto, Estael aponta que entre o fim da primavera e início do verão o Estado deve enfrentar dias bem quentes. “Quando a gente tiver alguns dias mais de sol, acredito que teremos marcas ao redor e acima dos 40º”, aponta Estael.

Mas a boa notícia para os gaúchos é que o fenômeno climático que está atuando nas águas do Oceano Pacífico pode evitar tantos dias de calor extremo. “Geralmente, anos de estiagem e seca são de marcas mais persistentes. Não acredito em um período tão prolongado, porque o El Niño traz uma frequência maior de chuvas”, explica Estael.

Eduardo Amaral

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Eduardo Amaral

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